O senador Renan Calheiro (MDB-AL), que irá assumir o comando da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência em fevereiro, afirmou nesta quinta-feira (25) que irá solicitar a íntegra do inquérito que resultou na operação da Polícia Federal em endereços ligados ao deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Jair Bolsonaro.
“Vou requisitar a íntegra do gravíssimo inquérito que gerou a operação de hoje”, garantiu o senador.
Principal alvo da operação, Alexandre Ramagem é integrante titular da comissão. Apesar do desconforto gerado entre os parlamentares pela operação, não houve movimentação por parte do colegiado para que o nome do deputado seja retirado da Comissão Mista.
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“Não é tarefa da comissão pedir afastamento do deputado. Alguém da comissão pode até pedir a saída para constranger o deputado a pedir sua retirada, mas essa não é tarefa da comissão”, afirmou Renan Calheiros ao Congresso em Foco.
A operação causou uma série de impactos entre os poderes, e tensiona a relação da cúpula do Senado com integrantes da oposição.
O senador Omar Aziz (PSD-AM), que é vice-líder do partido no Senado e foi presidente da CPI da Covid, defendeu que o presidente do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deve solicitar a relação de políticos e outras figuras do poder, como ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que foram alvos de espionagem pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Publicidade“O presidente do Congresso Nacional tem obrigação de reivindicar essa lista. Já tem tempo suficiente para sair essa lista, já que são meses de investigação. Não dá para ficar nesta especulação em torno de alguns nomes”, disse o senador.
O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, acusou a PF de perseguição e disse que Pacheco “deveria reagir e tomar providências”. Em resposta, o presidente do Senado soltou uma nota, sem citar o nome de Valdemar, dizendo que é “difícil manter algum tipo de diálogo” com quem faz política somente para obter mais fundo eleitoral e não sabe organizar a oposição.
“E ainda defende publicamente impeachment de ministro do Supremo para iludir seus adeptos, mas, nos bastidores, passa pano quando trata do tema”, disse Pacheco em nota.
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