Candidato à prefeitura de Niterói (RJ), o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) utilizou recursos da cota parlamentar em março de 2019 para visitar uma “casa de entretenimento adulto” em São Paulo, solicitando um reembolso de R$ 26,89 por uma ida ao local no começo da madrugada. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.
A Scandallo, localizada na rua Cel. Diogo, apresenta-se em sua página na internet como “um dos melhores estabelecimentos de entretenimento adulto do Brasil”, onde é possível “fazer tudo”. O local é famoso por sediar eventos como shows e festas exclusivas.
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Dois dias depois, Jordy fez outro pedido de ressarcimento para uma corrida de Uber para a mesma rua. Na mesma data, ele também requisitou um Uber às 4 horas da manhã a partir da Rua Augusta, conhecida por sua vida noturna na capital paulista, e foi reembolsado novamente.
Em sua defesa, Jordy afirmou que um assessor, cuja identidade não soube informar, fez as solicitações em seu nome. O recibo do Uber apresentado à Câmara dos Deputados está registrado em seu nome.
“Estava no segundo mês de mandato e meu gabinete era composto, em grande parte, por pessoas que já não estão mais na equipe”, explicou a assessoria do deputado. “Com um salário de 40 mil reais como deputado e motorista, não faria sentido pedir reembolso desses valores”, completou.
Jordy mencionou que sua equipe irá investigar para identificar o assessor responsável e que o valor será ressarcido aos cofres públicos.
Ele faz parte do grupo que apoia o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Câmara, foi líder da oposição em 2023 e está disputando o segundo turno da prefeitura de Niterói contra o atual prefeito, Rodrigo Neves (PDT). No primeiro turno, Rodrigo recebeu 48,47% dos votos, enquanto Jordy obteve 35,59%.
Atos golpistas
Em janeiro deste ano Jordy foi o principal alvo da 24ª fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal (PF). Agentes da PF fizeram buscas no gabinete do parlamentar, na Câmara dos Deputados, em Brasília. Por meio de uma rede social, Carlos Jordy falou que a operação era uma “perseguição”.
“Busca e apreensão da PF por determinação de Alexandre de Moraes. Operação Lesa Pátria. Uma medida autoritária, sem fundamento, sem indício algum, que somente visa perseguir, intimidar e criar narrativa às vésperas de eleição municipal”, disse o deputado.
Os mandados de busca e apreensão foram expedidos por ordem do Supremo Tribunal Federal. De acordo com a Polícia Federal, o objetivo daquela fase da operação era identificar pessoas que planejaram, financiaram e incitaram os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
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