Arnaldo Jardim *
O cooperativismo brasileiro vive um momento virtuoso. Amadurecido na busca de eficiência e crescente profissionalismo, tem feito seu trabalho sem abdicar de seu princípio originário: preservar a participação dos cooperados, reconhecendo seus direitos de participar das decisões da entidade, e mantendo, sempre, o espírito empreendedor – marca do capitalismo -, preservando a busca pela diminuição das desigualdades, objetivo permanente do sistema socialista.
Dados do Anuário do Cooperativismo 2023, lançado em 7 de agosto pelo Sistema OCB, mostram que o movimento atingiu 20,5 milhões de cooperados, o que representa mais de 10% da população, de acordo com o último Censo do IBGE. Em 2022, o faturamento das cooperativas no Brasil foi de R$ 655,5 bilhões, cerca de 25% superior à do ano anterior, quando atingiu R$ 524,8 bilhões.
Além disso, pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e pelo Sistema OCB, que mede os impactos do movimento cooperado para a economia do Brasil, apontou que para cada R$ 1 gasto no coop, há um incremento de R$ 1,65 em termos de produção na economia brasileira.
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De acordo com o estudo, o cooperativismo, portanto, tem um papel importante na geração de benefícios para as pessoas, impactando positivamente na economia brasileira nos mais diversos indicadores econômicos. Por exemplo, nos municípios com cooperativas, a o PIB por habitante é, em média, 18,6% maior que nos municípios onde não há coops.
O cooperativismo brasileiro está sintonizado com as exigências que o país vive. A questão prioritária para nós é retomar o desenvolvimento econômico. Temos a necessidade de ter um setor financeiro que possa promover o desenvolvimento e que seja voltado para financiar o setor produtivo. O cooperativismo de crédito mostra a sua vitalidade e seu aperfeiçoamento com a aprovação da nova lei do cooperativismo de crédito – da qual me orgulho-me de ter sido o autor – demonstra isso.
PublicidadeAssim acredito no cooperativismo, desde sempre. Quando fui deputado estadual, tive a honra de coordenar a Frencoop paulista e ser autor da lei de Apoio ao Cooperativismo, que ainda orienta políticas públicas no estado de São Paulo.
O cooperativismo tem uma atuação que permite, seja na área da saúde – iniciativas como as Unimeds e as Uniodontos-, seja no setor educacional, participar deste momento de reforma do estado, estabelecendo Parcerias Público Privadas, as PPPs, na área social.
Também internacionalmente mostra o seu vigor. Em evento realizado pela OCB, em Brasília, no mês de julho, conseguimos reunir representantes cooperativistas de 21 países, num esforço de integração – uma demonstração clara de força e organização.
Além disso, passamos com sucesso por um teste importante. Na Reforma Tributária, na Câmara dos Deputados, garantimos no texto aprovado a valorização do cooperativismo, o que vai preservar seu crescimento, com o vigor que tem demonstrado.
Orgulho-me de presidir a Frencoop, uma das Frentes Parlamentares com maior número de adesões no Congresso Nacional, composta por parlamentares de todas as regiões do país, de diferentes segmentos da política e de ideologia, irmanados na defesa do cooperativismo.
Como tenho dito sempre: o cooperativismo é nossa alternativa para o desenvolvimento do país. Ele é nossa proposta para a retomada do crescimento econômico do Brasil de forma compartilhada, com justiça social, distribuição de oportunidades e, consequentemente, de renda. Por isso, o Sistema OCB estabeleceu, para 2027, uma meta que muito contribuirá para esse crescimento: alcançar R$ 1 trilhão de prosperidade e participação de 30 milhões de cooperados.
Uma forma de produzir, de consumir e de se organizar, que pode ser uma grande alavanca para o desenvolvimento econômico e social do nosso País.
* Arnaldo Jardim é deputado federal e presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop)
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