O governo tem confortável maioria no Congresso. O PL, partido do presidente, é o dono com folga da maior bancada. Como se viu com a PEC dos Auxílios, não tem havido grande dificuldade para aprovar temas de interesse do Palácio do Planalto. O Congresso é governista, mas é pragmático. E, por conta desse pragmatismo, a maioria dos deputados e senadores não tem dúvida: para eles, após o fechamento das urnas em outubro, o nome que sairá eleito será o de Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.
É o que mostra a última rodada da pesquisa Painel do Poder, que o Congresso em Foco Análise faz trimestralmente com os principais lideres da Câmara e do Senado. Nesta rodada, o Painel do Poder ouviu 64 deputados e senadores, entre os nomes mais expressivos do parlamento. E, de acordo com a pesquisa, a maior parte não tem dúvidas de que o vencedor das eleições deste ano será Lula.
Nos próximos dias, publicaremos estratos da pesquisa. É possível obter o relatório completo da pesquisa. Veja aqui como fazer.
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Conforme a pesquisa, 50% dos deputados e senadores entrevistados (32 respostas) acreditam que Lula será o vencedor do pleito presidencial deste ano. O presidente Jair Bolsonaro, do PL, que tenta a reeleição, é o favorito na opinião 40,63% (26 respostas). De fato, reflexo talvez do perfil mais governista do Congresso, o percentual de respostas em Bolsonaro é mais alto do que vem aparecendo na sociedade nas pesquisas de intenção de voto. Mas, da mesma forma, é maior também o percentual de respostas em Lula.
Ciro não é o terceiro
Um dado surpreendente, talvez relacionado ao fato de não pertencer a um partido com grande representação parlamentar e não ter conseguido ampliar suas alianças, o nome que aparece em terceiro nas pesquisas de intenção de voto, Ciro Gomes, do PDT, não é o terceiro na opinião dos deputados e senadores. No caso, a terceira é a senadora Simone Tebet, do MDB, que une formalmente na sua aliança o PSDB e o Cidadania. Simone é o nome escolhido por 4,69% (três respostas).
Ciro foi a aposta de apenas um dos entrevistados (1,56%). Mesmo percentual de Felipe D’Àvila, do Novo. Houve ainda um entrevistado que não mencionou nenhum nome. Os demais pré-candidatos à Presidência não foram mencionados.
PublicidadeOutro dado curioso é que, no Senado, onde Bolsonaro costuma ter mais dificuldades e não conta com a patrola azeitada do presidente da Câmara, Arthur Lira, o presidente aparece com ligeiro favoritismo.
“Na percepção dos parlamentares, a disputa presidencial segue polarizada entre Lula e Jair Bolsonaro, com a preponderância do primeiro – uma margem de 9,37 pontos de diferença. Simone Tebet, senadora, aparece como a opção seguinte, porém em distantes 4,69% de parlamentares. Os senadores, particularmente, ficaram somente entre Lula e Bolsonaro, dando uma ligeiríssima preferência para Jair Bolsonaro”, comenta o relatório da pesquisa.
“Houve menções a Lula entre os membros da base, mas não houve nenhuma menção a Bolsonaro entre os membros da oposição”, continua o relatório. Mais um sinal do pragmatismo dos parlamentares nas suas avaliações. Segundo mostra a pesquisa, o que acabou por definir o favoritismo de Lula foi o percentual de menções a ele dado pelos parlamentares que se declaram independentes.
A rodada do Painel do Poder ouviu 64 deputados e senadores entre os líderes mais expressivos do Congresso entre os dias 18 de maio e 15 de junho.
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