O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid adiou o depoimento da diretora da Precisa Medicamentos, Emanuele Medrades, para a quarta (14), às 9h, após ela afirmar que estava “exausta”, mas que pretendia colaborar respondendo às questões apresentadas pelos senadores. No final da manhã desta terça (13) a reunião foi interrompida após Emanuele, que tinha um habes corpus para permanecer em silêncio, se recusar a responder todas as perguntas e retomada mais de sete horas depois, às 19h50.
Também para a quarta está agendado o depoimento do dono da Precisa, Francisco Maximiano, conhecido como Max.
Emanuele Medrades chegou à CPI, pela manhã, com mais de uma hora de atraso. Ela estava visivelmente nervosa e a cada pergunta lia uma mesma mensagem escrita pelos advogados afirmando que permaneceria em silêncio. A CPI decidiu, então, fazer uma consulta Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os limites do Habes Corpus concedido. O ministro Fux respondeu que cabe à CPI da Covid estabelecer as balizas sobre um possível abuso, ou não, por parte do depoente do direito de permanecer em silêncio. Ainda de acordo com Fux, interferir nos rumos do depoimento foge às competências da corte.
Na semana passada, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM) determinou a prisão de um depoente, no caso o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias.
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Coletiva
Em uma coletiva, após o encerramento dos trabalhos desta terça, o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) avaliou o dia como positivo, apesar do depoimento de Emanuele ser adiado duas vezes. Ele também alertou para o fato de a Polícia Federal convocar dois depoentes dias antes da ida deles à CPI, transformando-os em investigados. Isso seria, na avaliação do senador, uma possível estratégia do governo e da Precisa para garantir a eles o direito a não responderem questionamentos da CPI sob alegação de incorrer em falas de atos que estão em apuração pela polícia.
Publicidade“A grande vitória da CPI hoje foi a decisão do ministro Fux em relação a este artifício que tem sido utilizado pela Precisa em colaboração com o governo… O governo tem utilizado a PF como salvo conduto da Precisa. Instaura a investigação e transformam aqueles que vêm para a CPI na condição de investigado para que eles consigam esse salvo conduto”, disse.
Na quinta está previsto o depoimento do representante da Davati, Cristiano Carvalho.
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