O senador pelo estado de Sergipe Alessandro Vieira anunciou que deixará o seu atual partido, o Cidadania. Em um comunicado publicado neste sábado (12), o parlamentar – que era pré-candidato do partido ao Planalto – declarou ser inviável sua permanência na legenda junto ao presidente do partido, Roberto Freire.
“Ingressei no Cidadania em dezembro de 2018, em um contexto de renovação política e modernização partidária, que foi materializado no Estatuto, com vedação às reeleições infinitas e abertura para os novos movimentos sociais”, escreveu Alessandro Vieira. No entanto, continuou, “estes mesmos princípios, diante do rompimento do compromisso de renovação, com alteração do Estatuto e manutenção de Roberto Freire como presidente, condição que ostentará por 34 anos, levam à conclusão de que é absolutamente inviável a minha permanência como filiado do Cidadania.”
O parlamentar sergipano já havia feito críticas públicas ao cacique do partido antes, principalmente por discordâncias do partido nas preparações para a próxima eleição. No início de fevereiro, ele chegou a afirmar em entrevista ao Congresso em Foco que aceitaria desistir de sua pré-candidatura à presidência se o partido fizesse uma federação partidária de sucesso. Esta não é a primeira baixa no partido: a senadora Leila Barros (DF) anunciou no início de março que deixaria o partido, após este ter anunciado uma federação partidária com o PSDB.
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Vieira aparecia nas últimas pesquisas eleitorais com menos de 1% das intenções de voto, ainda longe de candidatos de terceira via como Sergio Moro (Podemos) e Ciro Gomes (PDT). Com sua saída do partido, aumentam as chances de que o ex-delegado volte os planos para uma candidatura a governador de Sergipe.
Leia a íntegra do pronunciamento do senador Alessandro Vieira:
Um dos maiores problemas que enfrentamos no Brasil é o absoluto distanciamento entre o sentimento popular e a conduta das figuras públicas nacionais. A necessidade urgente de renovação política é apontada a cada pesquisa e eleição há anos, mas parlamentares e dirigentes partidários preferem ignorar esta realidade e investir na manutenção de seus feudos e privilégios, retardando ou mesmo impedindo a formação e consolidação de novas lideranças.
PublicidadeA consequência primeira desta postura é o crescente descrédito da classe política, também confirmado em pesquisas, mas ainda mais grave é a lacuna de representação que se alarga a cada ano no Brasil, abrindo espaço para populistas irresponsáveis.
Ingressei no Cidadania em dezembro de 2018, em um contexto de renovação política e modernização partidária, que foi materializado no Estatuto, com vedação às reeleições infinitas e abertura para os novos movimentos sociais. A pretensão era justamente representar o anseio popular por um partido moderno e diverso.
Ao longo destes anos, tenho plena convicção de que representei este sentimento no Senado e também dentro do partido, tendo a coerência, o espírito público e a transparência como princípios norteadores do meu trabalho.
Estes mesmos princípios, diante do rompimento do compromisso de renovação, com alteração do Estatuto e manutenção de Roberto Freire como presidente, condição que ostentará por 34 anos, levam à conclusão de que é absolutamente inviável a minha permanência como filiado do Cidadania.
Manifesto publicamente meu respeito pelos filiados e parlamentares, com os quais convivi de forma muito proveitosa nos últimos anos, em particular minhas colegas de bancada Leila Barros e Eliziane Gama.
Tenho certeza de que estaremos juntos na caminhada em defesa da democracia e dos brasileiros, mesmo que em partidos políticos diferentes.
Os próximos passos serão definidos juntamente com nossos parceiros de construção política em Sergipe e em Brasília, com toda a transparência que caracteriza nosso trabalho.
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