O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, afirmou hoje, em entrevista coletiva, depois de pedir demissão do cargo, que sua missão está cumprida. "Tudo que teria que fazer já foi feito. Eu saio com o sentimento de dever cumprido, de ter dado tudo de mim para que as crises fossem superadas", declarou. "É evidente que ainda faltam algumas questões a serem discutidas, mas, por todas essas razões, eu considero que a minha contribuição pra o governo se encontra terminada", acrescentou.
Rodrigues negou que esteja saindo do governo por motivo de saúde na família, ao contrário do que havia informado a sua assessoria de imprensa. Ele também assegurou que não está deixando o cargo movido por questões políticas. "Não existe nenhum componente político. Não há qualquer ligação com o processo eleitoral. Sou um técnico. Nunca participei de partido político", disse o ministro, que estava no cargo desde o início do governo Lula, em janeiro de 2003.
Apesar de ter emplacado este ano quatro pacotes agrícolas, Rodrigues não teve êxito nas chamadas medidas estruturantes, que tratam basicamente da redução de impostos e de melhoria da infra-estrutura. Essa seria a principal razão de ele antecipar em seis meses sua saída da pasta, já que havia anunciado que ficaria somente até dezembro.
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O ministro admitiu que a agricultura brasileira enfrenta hoje uma das piores crises de sua história. "Crise que impôs dura negociação e trabalho rigoroso do Ministério da Agricultura." Disse ainda que já havia deixado o cargo à disposição do presidente em outras quatro oportunidades.
Rodrigues informou que na sexta-feira terá uma nova reunião com o presidente. O objetivo do encontro é decidir até quando ele ficará no cargo e quem será o seu substituto. Dentro do ministério, os nomes mais cotados são o do secretário-executivo Luiz Carlos Guedes e o de Política Agrícola, Ivan Wedekin.
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