Mário Coelho
A análise dos reajustes dos servidores do Judiciário e do Senado deve ficar para depois das eleições de outubro. De acordo com o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), por conta do baixo quorum da próxima semana, a proximidade das eleições e o recesso parlamentar, essas matérias só devem ser apreciadas com a normalização dos trabalhos, em novembro.
O novo plano de carreira do Senado é o primeiro a ficar de fora. Com as festas juninas da próxima semana, a tendência é que o quórum na Câmara seja baixo, como foi nos últimos dias. Os deputados não conseguiram votar nenhum projeto nesta semana, justamente por causa da pequena presença de parlamentares em Brasília, além da obstrução mantida pela oposição. “Acho difícil votar os projetos porque acho que não terá quórum. Aí ficará para depois das eleições”, disse Vaccarezza.
No início da noite de ontem (23), os senadores aprovaram um plano de cargos e salários para os servidores que, apenas neste ano, representará um impacto financeiro extra de R$ 217 milhões. No próximo ano, graças à elevação percentual para 10,3% da folha, o gasto adicional será de R$ 464 milhões. O primeiro secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), chegou a levar a proposta para o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), colocar em votação ainda ontem. No entanto, o peemedebista disse que não tinha possibilidade de votar a proposta em pouco tempo.
No caso do aumento dos servidores do Judiciário, segundo Vaccarezza, a decisão de apreciar o reajuste de 56% depois das eleições já foi acertada com Temer. Elaborado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o projeto tem um impacto previsto de R$ 5,4 bilhões ao ano. O líder do governo afirmou que os dois aumentos sofrerão ajustes. Para ele, é inviável conceder aumentos com percentuais muito acima da inflação de 4%.
“Nesses casos, tem que se olhar o tempo que os servidores estão sem reajustes e, com base nesse critério, fazer a correção”, disse o petista, de acordo com a Agência Brasil.
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