Integrante da CPI dos Cartões Corporativos, o senador João Pedro (PT-AM) acusou hoje o ex-ministro da Educação Paulo Renato de Souza de usar irregularmente as chamadas contas tipo B. Paulo Renato é atualmente deputado pelo PSDB paulista.
O petista chamou a imprensa, em entrevista coletiva, para mostrar notas fiscais referentes aos gastos do ex-ministro do governo FHC que estão nas mais de mil caixas de documento em poder da CPI dos Cartões Corporativos.
Duas delas, uma de R$ 2.513,10 e outra de R$ 562,30, se referem a despesas com hospedagem de Paulo Renato e de sua então namorada Carla Grasso, em 2001. Os dois oficializaram a união no ano seguinte.
Outra despesa listada pelo senador é o gasto de mais de R$ 25 mil com uma única empresa de transportes. João Pedro disse que ficou impressionado com inúmeras despesas feitas sem a devida apresentação de notas fiscais. De acordo com o senador, as despesas já haviam passado por uma auditoria interna do Ministério da Educação.
O petista disse que a divulgação dessas supostas irregularidades não é um revide político à atuação da oposição. “Eu não estou fazendo nada diferente do que eles estão fazendo. Não é um contra-ataque”, respondeu.
O senador também negou que recebeu alguma “dica” para ir direto aos gastos de um membro do governo da gestão tucana.
“Não recebi nenhuma dica, foi sorte. Eu não estou fazendo nenhuma acusação. Eu gostaria que a presidente e o relator da CPI convocassem o ex-ministro para dar explicações”, rebateu.
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Prestação de contas
No último dia 17, Paulo Renato convocou a imprensa para divulgar gastos com as contas tipo B referentes aos oito anos em que comandou o Ministério da Educação (leia mais). Os detalhes constam de sua página na internet.
Carla é funcionária da Vale. O texto diz que as despesas de hospedagem se referiam apenas ao próprio ministro e assessores:
“Quatro grupos de despesas compõem o suprimento de Fundos do Gabinete do Ministro no MEC, a saber: a) Hospedagem, cobre as despesas de hospedagem, fora de Brasília, do Ministro, do Chefe de Gabinete, Adjunto ou outro assessor direto, designado.”
Procurada pela reportagem, a assessoria do deputado reiterou que os gastos feitos pelo tucano estão à disposição da Controladoria Geral da União (CGU), do Tribunal de Contas e da própria CPI e que, caso seja comprovado algum tipo de irregularidade no uso das chamadas contas tipo B, Paulo Renato devolverá os valores ao poder público. (Tatiana Damasceno)
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