O presidente Lula convidou oficialmente hoje (26) o senador Alfredo Nascimento (PR-AM) para assumir o Ministério dos Transportes. Nascimento, que já comandou a pasta no primeiro mandato de Lula, aceitou o convite presidencial.
Lideranças do PR afirmaram que a maior divergência do partido, que trata da proposta de Lula de criar a Secretaria Nacional dos Portos, com status de ministério, não foi discutida no encontro de hoje.
O PR, que não confirmou a data de posse de Nascimento, é contrário à criação da secretaria. O deputado Luciano Castro (RR), líder do PR na Câmara, afirmou hoje que a indicação de Nascimento para os Ministério dos Transportes será considerada como uma indicação pessoal do presidente, e não do partido, caso a área de portos for desmembrada.
"Se ele assumir sem os portos, será por conta dele. O ministério será da cota do presidente, pois o partido não se sente contemplado com isso", declarou o parlamentar. (Rodolfo Torres)
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O primeiro-ministro italiano, Romano Prodi, afirmou hoje (26), durante evento em São Paulo, que a Itália utilizará parte da produção de biocombustível brasileiro para cumprir determinação aprovada na União Européia (UE) sobre o uso de energias renováveis. "A nova política européia prevê o uso de 20% de energia renovável. Isso significa alteração da estrutura industrial da Itália, particularmente porque estamos muito distantes dessa porcentagem", disse Prodi em entrevista coletiva.
O premiê italiano também afirmou, em pronunciamento para autoridades e empresários brasileiros e italianos, que "o papel do Brasil é óbvio e parece ser proposital" nesse tema. Os italianos pretendem investir US$ 480 milhões na construção de quatro fábricas de biodiesel no Brasil em quatro anos, segundo Clarice Sá, do portal G1.
Um acordo foi discutido hoje entre representantes da Petrobras e da petrolífera italiana Ente Nazionale Idrocarburi (ENI). De acordo com Prodi, o documento deve ser assinado amanhã (27) em encontro com o presidente Lula em Brasília.
O premiê italiano pretende investir, junto com o Brasil, no desenvolvimento de biocombustível de cana-de-açúcar em países africanos: "Vamos começar por Angola, mas existem outros países sendo estudados", declarou.
"Nós estamos prontos para fazer a nossa parte e reforçar o relacionamento entre América Latina e Europa", complementou. Romano Prodi ressaltou que pretende "reforçar o empenho do governo em colocar a América Latina como centro das relações exteriores italianas". "O Brasil será um dos protagonistas da vida econômica mundial", disse. (Rodolfo Torres)
Governo Lula é alvo de mais ações judiciais que FHC
Nos quatro anos do primeiro governo Lula, o Ministério Público Federal (MPF) moveu, proporcionalmente, três vezes mais ações de combate à corrupção contra órgãos federais do que no período em que o país foi administrado por Fernando Henrique Cardoso. Os dados fazem parte de um levantamento feito pela Procuradoria da República do Distrito Federal sobre as ações civis públicas e de improbidade administrativa propostas pelo MP e acolhidas pela justiça.
Segundo o jornal O Globo, durante o governo FHC (1995/2002), os procuradores moveram 136 ações por supostas irregularidades em órgãos federais, uma média de 1,4 por mês. Desde a posse de Lula até fevereiro de 2007, foram abertos 205 processos – média mensal de 4,1.
"Mas dizer que há mais corrupção num governo ou noutro é perigoso. Há ações contra atos do governo anterior ajuizadas no atual. Além disso, o número de procuradores foi ampliado. O fato é que houve aumento de produtividade do MP", ressalvou o procurador-chefe do Distrito Federal, Paulo José Rocha Júnior, em entrevista a O Globo. (Carol Ferrare)
Ex-aliados de FHC ganham espaço no governo Lula
A edição de hoje (26) do jornal O Estado de S.Paulo lista alguns dos neogovernistas que são os novos "queridinhos" do presidente Lula, como o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), o presidente nacional do PMDB, Michel Temer (SP), além dos líderes do governo José Múcio (PTB-PE), na Câmara, e Romero Jucá (PMDB-RR), no Senado.
Temer e Geddel, apontados no Congresso como “viúvas de FHC”, viraram neolulistas no início do segundo mandato. O novo ministro da Integração mudou de lado após a se aliar ao governador da Bahia, Jacques Wagner (PT), na eleição do ano passado.
Na lista também cabem outros neogovernistas, como o ex-presidente e senador Fernando Collor (PTB-AL), o novo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes (PMDB-PR), e o segundo vice-presidente da Câmara, Inocêncio Oliveira (PR-PE). Collor, que se encontrou com Lula no Planalto na semana passada, foi adversário do petista nas eleições de 1989. O PT foi um dos principais responsáveis por seu impeachment.
O deputado Inocêncio Oliveira, que foi líder do PFL durante o governo FHC, reconhece que quem é governo tem mais facilidade para receber benesses. O senador Romero Jucá, que também foi líder durante a gestão tucana, garantiu, em declaração ao Estadão, que não mudou. “São governos diferentes, mas voltados na mesma direção. Não sou adesista. Não mudei um milímetro a minha postura”, afirma.
Para o deputado Chico Alencar (Psol-RJ), o adesismo é tradição da política brasileira. “De 1946 para cá, com exceção da época da ditadura, começou-se a construir mecanismos mais sutis de sedução governista com a troca de favores”, disse ao Estadão o líder do Psol, que também é professor de História do Brasil. (Lucas Ferraz)
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