O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), não conseguiu se eleger prefeito de Recife em 2012, quando seu partido deixou o posto depois de 12 anos. Ministro da Saúde entre 2003 e 2005, no governo Lula, o médico e jornalista não se abateu no pleito local e avisou aos navegantes: “O PT não vai desaparecer no Recife ou em Pernambuco”! Dois anos depois, ele mantém o entusiasmo em defender a continuidade de um projeto de governo que considera vitorioso. E avisa: se Aécio Neves (PSDB) vencer, o país viverá “retrocesso econômico, social e político”.
Abaixo, sua entrevista.
Por que votar em Dilma?
Porque Dilma representa um projeto vitorioso para o Brasil, iniciado em 2003 com o presidente Lula, que incluiu milhões de pessoas em uma condição de cidadania. Fez o Brasil crescer, se desenvolver e produzir uma melhoria significativa em sua infraestrutura.
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Quais são os desafios para quem vier a conduzir o país nos próximos anos?
O primeiro deles é fazer uma reforma política que democratize, aperfeiçoe e torne mais republicano ainda nosso sistema político-eleitoral. O segundo é avançar na inclusão social de uma pequena parcela de pessoas que ainda vivem em condições abaixo da linha de pobreza. O terceiro é dar uma melhor qualidade na oferta de serviços públicos a uma larga escala da população, que hoje tem uma composição social melhor, mas se vê pouco atendida do ponto de vista da qualidade dos serviços do Estado. O quarto é enfrentar essa crise econômica internacional, minimizando o máximo possível os efeitos, especialmente na questão da inflação e do baixo crescimento.
O que acontecerá se Aécio Neves for eleito?
Nós teríamos um retrocesso econômico, social e político. Econômico porque nós teríamos, novamente, a aplicação das velhas receitas do neoliberalismo para enfrentar as dificuldades momentâneas que nós estamos vivendo, com as suas consequências: desemprego, aumento das taxas de juros, redução dos investimentos. Do ponto de vista social, porque nunca foi uma bandeira dos tucanos que o Estado tivesse um papel importante para minimizar as desigualdades, atendesse prioritariamente aos mais necessitados. E na política porque certamente nós vamos ter uma manutenção desse modelo político-eleitoral que nós temos no Brasil hoje, que está completamente esgotado, no meu ponto de vista.
O que marcou a campanha eleitoral deste ano?
Acho que, acima de tudo, as oscilações de humor do eleitorado. Acho que esse eleitorado foi preparado para ter uma posição contrária ao governo, à presidenta Dilma. Muitos argumentos foram construídos pela mídia, pela oposição, repetidos incansavelmente, a ponto de se tornarem, de fato, argumentos importantes. Porém, na hora h, no momento em que as pessoas foram medir que tipo de mudança está sendo proposta e as conquistas que podem estar em risco, acho que a população está fazendo a opção pela preservação das conquistas e em mudar por dentro desse projeto.
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