Empenhada em tentar impedir o andamento da CPI da Lava Jato, a base do governo já conseguiu com que nove deputados pedissem a retirada de suas assinaturas do requerimento que pede a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os fatos que vêm sendo revelados pelo site The Intercept em relação aos procuradores da Lava Jato e ao então juiz Sergio Moro. Os pedidos, porém, estão parados, porque foram apresentados depois que a Mesa da Câmara validou o requerimento da oposição. Caberá, então, ao presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) decidir sobre esses pedidos e também sobre a instalação da CPI.
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Os pedidos de retirada de assinatura foram apresentados pelos deputados Lucas Vergilio (Solidariedade-GO), Alexis Fonteyne (Novo-SP), Leandre (PV-PR), Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), Eli Borges (Solidariedade-TO), Gonzaga Patriota (PSB-PE), Schiavinato (PP-PR), Ronaldo Carletto (PP-BA) e Marina Santos (Solidariedade-PI).
No pedido enviado a Maia, Alexis Fonteyne argumentou que assinou o requerimento na expectativa “que esta CPI fosse investigar o que e quem está por trás dos ataques à Lava Jato, quem foram os responsáveis pela invasão, a quem interessa, a motivação, a forma, se houve pagamento, quem pagou e qual a origem do dinheiro que estruturou a operação dos hackers”. “Quando me foi apresentada a proposição para assinatura houve a justificativa de que esta seria para uma investigação ampla acerca dos fatos envolvendo os membros da Lava Jato como sugere o nome da CPI. A investigação deveria buscar saber a origem das mensagens e áudios que foram divulgados sem autorização dos envolvidos”, argumentou o deputado. Outros deputados afirmaram que apoiam a Lava Jato e o ministro Sergio Moro e, por isso, não querem mais fazer parta da lista de assinaturas da CPI.
Os pedidos, porém, aguardam a deliberação do presidente Rodrigo Maia. A Mesa da Câmara adiantou, contudo, que, de acordo com o regimento, esses pedidos devem ser rejeitados porque foram apresentados depois que o pedido de criação da CPI da Lava Jato foi validado. Deputados da base governista, contudo, já estão pedindo que Maia não dê andamento ao pedido. Carla Zambelli (PSL-SP), por exemplo, escreveu nas redes sociais: “Precisamos nos posicionar contra esta baixaria e pedir que Rodrigo Maia arquive esse pedido. Vários deputados que têm suas assinaturas lá, já se posicionaram, falando do vício de vontade”.
O pedido de criação da CPI da Lava Jato, protocolado na última quinta-feira (12) pela oposição, foi validado com 175 assinaturas (veja a lista aqui). Se perder a assinatura desses nove deputados, contudo, perde a validade. Afinal, uma CPI precisa do apoio de um terço da Câmara (171 deputados) para ser instalada.
PublicidadeCabe, então, a Rodrigo Maia decidir sobre o futuro da CPI da Lava Jato. Mesmo que indefira os pedidos de retirada de assinatura, o presidente da Câmara ainda deve determinar a instalação e pedir que os líderes partidários indiquem os membros da comissão para que a CPI seja criada.
Nesta segunda, contudo, o presidente da Câmara sugeriu que a questão só será definida nas próximas semanas. “Não vi ainda, tenho que ver o mérito. Uma CPI precisa ter fato determinado e é isso que precisa ser analisado nas próximas semanas”, disse Maia, ao ser questionado por jornalistas se estava disposto a fazer a instalação da CPI que pede a investigação sobre a atuação do então ministro Sergio Moro e dos procuradores da Lava Jato nas situações denunciadas pelo site The Intercept.
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Deputados que negociaram retirada de assinatura:
LUCAS VERGILIO (Solidariedade-GO), ALEXIS FONTEYNE (Novo-SP), LEANDRE (PV-PR), SÓSTENES CAVALCANTE (DEM-RJ), ELI BORGES (Solidariedade-TO), GONZAGA PATRIOTA (PSB-PE), SCHIAVINATO (PP-PR), RONALDO CARLETTO (PP-BA) e MARINA SANTOS (Solidariedade-PI).
Por que? a) “Convencidos” pelo governo? b) Converteram em “beneficios”? c) Medo de represália? d) Foram “enganados”?
Se, depender do NhoNho, estamos roubados!
Me parece que está havendo uma certa confusão de informações aqui.
A matéria se refere às investigações pretendidas pela oposição com base nos dados “roubados” pelos hackers e vendidos aos “receptadores” através da Manuela D’Ávila, portanto está se falando da pretendida “CPI da Vaza Jato”, e não da “CPI da Lava Jato”. Essa está correndo no senado.
Só não sei se a jornalista o faz por desconhecimento ou por má fé!