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A mais grave crise do governo Lula foi antecedida pela descoberta, no início do ano passado, de que o então subchefe de Assuntos Parlamentares da Presidência da República, Waldomiro Diniz, havia pedido propina ao bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Diniz, segundo a denúncia publicada pela revista Época, pedia dinheiro a bicheiros em troca de favorecimento em concorrências. A prática teria ocorrido quando ele comandou a Loteria do Estado do Rio de Janeiro (Loterj) na gestão da ex-governadora Benedita da Silva (PT). O dinheiro seria destinado à campanha eleitoral de candidatos petistas. Assim que as denúncias surgiram, a oposição conseguiu assinaturas suficientes para criar uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) no Senado destinada a investigar o caso. O alvo era o ministro da Casa Civil, José Dirceu, chefe e amigo de Waldomiro – os dois chegaram a dividir um apartamento. Leia também Como os partidos aliados se recusaram a indicar os seus representantes para o colegiado, a CPI não saiu do papel. O então presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), recusou-se a fazer as indicações. A oposição recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em junho deste ano, o STF determinou, por nove votos a um, que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), instalasse a CPI dos Bingos, para resguardar o direito da minoria. Instalada em 29 de junho, a comissão começou suas atividades no dia 13 de julho ouvindo Carlinhos Cachoeira. |
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