Renata Vilela*
Faz. De maneira lícita ou ilícita, realmente diversas empresas têm dados da população do Brasil. Porém, é preciso analisar quais dados, quantos dados e de quais pessoas as empresas têm informações.
Segundo um especialista do Serpro, os dados que as empresas e bureaus possuem são uma parte ínfima dos dados que a Dataprev e o Serpro guardam. No mesmo sentido, o profissional explica que a duas estatais não apenas são guardiãs de vários dados dos cidadãos, empresas e do país.
“Bem como, nossas empresas têm a prerrogativa de manter estas bases, garantindo que as informações são confiáveis, atualizadas e reais”, explica um funcionário da Dataprev. Em outras palavras, as informações oficiais estão na Dataprev e no Serpro, enquanto nas empresas privadas estão as informações oficiosas ou comportamentais.
“Elas também operam quase dez mil sistemas que são responsáveis pelos mais variados serviços. Por exemplo, auxílio emergencial, impostos, tipos de tributação, controle de todo o sistema financeiro da união, comércio exterior, sistemas que cuidam da sua vida laboral, carteira de motorista, notas fiscais, só para citar alguns poucos”, informa o especialista do Serpro.
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Se as duas empresas públicas de TI parassem por atrasos de pagamento, por exemplo, não só os dados de brasileiros, empresas e da própria União estariam em risco. Mas também milhares de operações necessárias ao funcionamento do País. As duas empresas operam em uma lógica baseada na cidadania e não tem como única finalidade o lucro, como as empresas privadas.
Na administração pública, atrasos de pagamento são comuns. Ainda assim, a Dataprev e o Serpro não deixam de trabalhar por esse motivo. Nesse sentido, o funcionário do Serpro questiona: “O que aconteceria se o Siafi, que cuida das finanças da União, paralisasse suas atividades por causa de não pagamento? E o Siscomex, do comércio exterior? E o CPF ou CNPJ? E o processamento da folha de pagamento INSS?”.
O Brasil poderia suportar esse caos?
Além disso, é preciso levar em conta também o aspecto da soberania nacional. O Brasil poderia ficar refém da tecnologia de empresas de fora do país. Algo que poderia interferir nos objetivos de levar bem-estar e serviços de qualidade à população brasileira.
*Renata Vilela, especial para a campanha Salve Seus Dados.
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