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“Senhores Senadores,
A propósito da viagem da Ms. Yoani Sanchez ao nosso país, gostaria de externar minha admiração à Cuba e ao glorioso povo cubano, que sob um cerco econômico de mais de 50 anos da maior potência do planeta, os Estados Unidos da América, tem resistido e ampliado as conquistas sociais de sua gente.
Desde Sierra Maestra, quando um grupo de revolucionários, liderados por Fidel Castro, Ernesto Che Guevara, Camilo Cienfuegos, Raul Castro e outros combatentes, homens e mulheres, desceram as montanhas e iniciaram uma vitoriosa guerra de guerrilhas contra o ditador Fulgêncio Batista, que liderava um governo corrupto e sanguinário a serviço do governo e das empresas norte americanas que plantavam tabaco e cana de açúcar na Ilha, que o povo cubano se vê permanentemente cercado e violentado em seus direitos pelos EUA. É vergonhoso que o governo norte americano, ainda nos dias de hoje, mantenha uma poderosa base militar em Guantánamo, em território de Cuba, constituindo uma permanente ameaça à soberania daquele país.
Vitoriosa a revolução cubana em 1959, o embargo econômico imposto ao povo cubano desde 1960 é ainda uma das mais perversas heranças da guerra fria que assolou o mundo no pós-guerra. Nunca os EUA aceitaram um governo socialista na ilha caribenha de Cuba, e tudo fazem, até hoje, para tentar derrotar o governo e o povo cubano.
Apesar do cerco econômico e militar dos EUA, o governo cubano conseguiu implantar medidas que puseram fim à miséria, à prostituição e às demais heranças do capitalismo. O povo de Cuba ostenta um dos melhores índices de desenvolvimento humano. Não existe analfabetismo, a educação pública é gratuita e de excelente qualidade.
A saúde em Cuba é um modelo a ser seguido. Para ilustrar essa situação, vale a pena lembrar o exemplo de solidariedade e de capacidade dos médicos e demais profissionais de saúde quando receberam milhares de crianças da localidade de Chernobyl, atingidas pelo acidente nuclear ocorrido naquela região da então União Soviética, e que saíram curadas após o tratamento recebido na Ilha. Para ilustrar melhor essa situação, centenas de equipes de médicos cubanos estão hoje trabalhando e promovendo a saúde pública na Venezuela, Equador, Bolívia, dentre outros, implantando um modelo de atendimento humanizado, de alto poder resolutivo e que busca sempre a prevenção das doenças.
A questão fundiária foi resolvida em Cuba através da reforma agrária implantada desde os anos 60, quando as propriedades passaram ao controle do Estado e os camponeses tiveram acesso à terra, produzindo através de cooperativas e em pequenas propriedades altamente produtivas.
Não posso deixar de citar aqui um exemplo de solidariedade internacional promovido pelo povo e pelo exército cubano, quando da libertação da ex-colônias portuguesas na África, em especial o caso de Angola.
Não fosse a presença de tropas cubanas naquele país, talvez Angola não fosse hoje uma nação livre e soberana, pois o governo norte americano, a CIA, o regime racista da então África do Sul, grupos de mercenários reunidos pela UNITA – grupo que representou a direita angolana, formaram um verdadeiro exército de ocupação daquele país de língua portuguesa, mas foram derrotados pelo MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola, liderado pelo poeta e revolucionário Agostinho Neto.
Cuba sempre foi solidária aos processos revolucionários em todo o mundo. Apoiou e apóia a luta da Frente Polisário pela libertação do Sahara Ocidental do jugo da monarquia marroquina. O povo saharaui resiste à ocupação das Forças Armadas do Império do Marrocos, e tentam, através das Nações Unidas, o reconhecimento de sua pátria. Aliás, o povo saharaui são os únicos árabes de fala espanhola, o que nos aproxima também.
Registro ainda que os revolucionários cubanos sempre apoiaram a revolução do povo vietnamita contra os Estados Unidos, que saíram derrotados e expulsos em 1975, de forma humilhante, pelo exército criado por Ho Chi Min e liderado pelo General Giap.
Lembro aos meus pares do Senado Federal, que temos uma profunda identidade com o povo cubano. Os costumes, a cultura, a música, os ritmos, o cinema, o teatro, a dança, tem muita semelhança com a cultura brasileira. A formação de nossos povos teve profunda influência dos povos africanos que foram trazidos à força e escravizados nas plantações de cana de açúcar e algodão, de lá e daqui.
Sinto, sinceramente, que a diplomacia brasileira e o próprio governo da Presidenta Dilma não dê a atenção que esse país deveria merecer da nação brasileira. Sei que a Petrobras e outras empresas brasileiras tem estado presentes em alguns empreendimentos conjuntos com o governo cubano. Porém, acho muito pouco, pois temos muito a aprender com os cubanos e eles conosco em diversas áreas do conhecimento.
Será que Ms Yoani Sanchez aprendeu um pouco dessa história de seu glorioso povo? Sinceramente, parece-me que não, pois ela está a serviço de outros interesses e não dos interesses da maioria do povo cubano. Em suas aparições públicas em nosso país, essa dissidente só tem reforçado a propaganda contra o povo e a revolução cubana. Talvez fosse mais interessante para ela viajar para Miami, onde seus amigos se encontram, já que os brasileiros têm profunda admiração pelo povo cubano e por suas conquistas sociais e econômicas. Reitero minha posição de apoio e solidariedade militante ao povo e à revolução socialista em Cuba.
Muito Obrigado!
Senador Randolfe Rodrigues”
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