“Bendito quem inventou o belo truque do calendário, pois o bom da segunda-feira, do dia 1º do mês e de cada ano novo é que nos dão a impressão de que a vida não continua, mas apenas recomeça…” (Mario Quintana)
Não foi por acaso que escolhi o lema latino dos Jogos Olímpicos como tema do meu primeiro artigo de 2013. Esses dizeres têm tudo a ver com a difícil jornada com que os candidatos a concursos públicos vão se deparar nos 365 dias deste ano que está começando. Em 2013 esteja pronto para conquistar a carreira pública. Estude por paixão, por prazer, e não apenas por obrigação. Seja curioso e pesquise muito. Aprofunde-se na avaliação da carreira escolhida. Procure estar com pessoas que agreguem valor ao seu projeto de vida e possam ajudá-lo a conquistar o governo como patrão. Acima de tudo, continue fiel a seus princípios e ideais, e nunca desista.
Mais rápido, mais longe, mais forte. As palavras pronunciadas pelo criador dos Jogos Olímpicos na abertura deles, em 1896, traduziam o desafio que aguardava os atletas da competição, realizada em Atenas, para reviver a tradição das olimpíadas da Grécia antiga. O Barão Pierre de Coubertin apropriou-se do lema gravado em pedra por seu amigo, o frade dominicano Henri Didon, na entrada do colégio Alberto Magno, em Paris.
Agora, sou eu que o tomo como conselho para os concurseiros. Como todos sabem, costumo comparar o estudo para concurso público à maratona olímpica. Para cumprir a prova, os corredores percorrem a distância de 42.195 metros, entre a largada e a linha de chegada. Permito-me fazer tal comparação porque em minha trajetória de vida conheci muito bem os dois desafios. Fui concurseiro na juventude e sou maratonista na maturidade. Entretanto, ao me deparar com o lema latino da maior competição esportiva mundial, que se realiza de quatro em quatro anos e terá lugar no Brasil em 2016, descobri que há mais do que apenas algumas coincidências entre os desafios impostos aos atletas olímpicos e aqueles a ser enfrentados pelos candidatos nos próximos concursos a que se submeterem. Na verdade, eles têm tudo a ver. Por isso resolvi escrever sobre o assunto.
Em primeiro lugar, é preciso ser citius, o mais rápido, seja nas pistas e nas piscinas de uma prova olímpica, seja nas provas de um concurso público. Em qualquer um dos casos, trata-se da luta do homem contra o relógio, e é preciso realizar a prova esportiva – ou a prova escrita – no melhor tempo possível para garantir posição no pódio – ou na lista de aprovados. Só os mais bem-preparados conseguem se sagrar vencedores.
O mesmo se aplica ao segundo princípio do lema, altius, o mais longe, ou o mais alto (ambos os significados são possíveis na língua latina). A questão, aqui, é atingir o objetivo, que, embora pareça estar além ou acima das possibilidades do ser humano, pode ser alcançado, a depender de extraordinário esforço do corpo e da mente. Provas como a do salto com vara, a do salto em distância ou a da maratona são das que mais exigem essa habilidade dos atletas olímpicos. Já para o concurseiro, altius traduz o melhor lugar que ele pode alcançar: o topo da lista de aprovados. Ainda que à primeira vista as tarefas pareçam difíceis e até improváveis, não são, nem para o atleta, nem para o candidato a cargo público. O segredo para cumpri-las é alcançar perfeita sintonia entre mente e corpo no momento da prova.
Por fim, a terceira parte do lema olímpico impõe aos que realmente querem ser vencedores não apenas uma perspectiva, mas uma obrigação. Fortius, o mais forte, refere-se a quem vence a disputa, ao campeão, ao medalhista de ouro, ao candidato aprovado pela banca examinadora. Ele é o mais forte porque se preparou melhor, treinou muito mais tempo, estudou muito mais do que os outros. Graças a isso, ele é um vencedor, seja na disputa olímpica, seja na seleção para o cargo público. Ninguém consegue ser o mais forte sem esforço e sem seguir essas regras, nem no esporte, nem na preparação para concurso. O verdadeiro campeão é esse ser especial que trabalha para ser fortius em sua especialidade. Para ele, só existe uma obrigação: vencer. Igualzinho ao concurseiro, para quem não existe alternativa senão a aprovação.
Confesso que fiquei empolgado com o lema olímpico, cuja essência está na superação dos limites. Ele resume com primor a postura que um atleta precisa ter para alcançar seus objetivos: sempre em busca do melhor. É importante tentar, cair, levantar-se e seguir em frente. É isso que se espera de um grande atleta. E é isso que se espera de um grande concurseiro.
Tanto num caso como no outro, se é para sonhar, que se sonhe grande. Não pode haver limites para a corrida em busca de um ideal de vitória, no esporte ou na disputa por cargo público.
Dito isso, espero que, neste alvorecer de 2013, minha mensagem de otimismo e confiança alcance todos aqueles que neste Novo Ano sairão em busca do seu lugar ao sol por meio de um concurso público. Que eles sejam, como os atletas olímpicos: Citius, Altius, Fortius. Assim, estarão no caminho do sucesso.
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