Quem não conhece o ditado popular: “Em boca fechada não entra mosca”? Ou este outro: “O segredo é a alma do negócio”? Eu cito esses adágios a propósito de informações sobre o comportamento humano disponíveis na internet. Elas podem ser de grande valia para você, caro concurseiro, que está comigo neste momento, por meio da leitura na web ou no jornal.
Essas ideias vêm de um certo Derek Sivers. Vou apresentá-lo a quem não o conhece. Trata-se de um entre milhões de excêntricos milionários norte-americanos, com a particularidade de ser autor de uma atitude que faz dele o mais excêntrico de todos esses ricaços: ele doou para uma instituição de caridade a empresa de venda de música on-line que fundara, a CD Baby, que respondia pelas vendas de mais de US$ 100 milhões a 150 mil clientes em todo o mundo e era avaliada em US$ 22 milhões no mercado. Depois, foi viver na Malásia com a mulher, para começar um novo negócio: a MuckWork, empresa que ajuda os músicos a fazer o seu trabalho de forma independente, assim como ele fez no início da carreira.
Sivers dá um conselho inspirado em sua bem-sucedida experiência nos negócios. Nascido em 1969, ele se tornou músico profissional e palhaço de circo em 1987. Um belo dia, resolveu vender um CD com suas músicas no próprio site. Aí, os amigos pediram que vendesse os CDs deles também. Foi daí que nasceu, em 1998, a CD Baby, com a qual Derek se tornou o maior vendedor de música independente na internet.
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Mas qual é o ensinamento mais precioso de Derek sobre o sucesso? É simples. Logo que traçamos um novo plano de vida, nosso primeiro instinto é contar a alguém. Segundo Sivers, contudo, é melhor guardar segredo sobre nossas metas. Para comprovar sua teoria, ele menciona pesquisas realizadas desde a década de 1920, todas indicativas de que pessoas que falam sobre suas ambições têm menor probabilidade de realizá-las.
De minha parte, sempre tive consciência da necessidade de manter certos projetos apenas no meu “arquivo pessoal de ideias”, até que tivesse condições de começar a pô-las em prática, com a ajuda de meus colaboradores. Acredito que essa cautela seja fundamental para ajudar no êxito da empreitada. Como Dom Quixote, não creio em bruxas, mas que elas existem, existem.
Assim deve ser com o concurseiro. O melhor é seguir a sabedoria popular e “ficar na sua”. Por que sair espalhando por aí seus objetivos, se, ao guardar silêncio sobre o concurso em vista ou cujo resultado já está aguardando, você evita o chamado “olho gordo”, que nunca se sabe de onde pode vir? Assim como fazem os mineiros, é preciso trabalhar em silêncio e só abrir o jogo na hora certa, de preferência quando tiver seu nome na lista de aprovados, ou até já na de nomeados.
Lembre-se deste ensinamento, perfeito para a situação dos concurseiros:
“Os homens sábios falam porque têm algo a dizer. Os tolos falam porque têm que dizer algo.”
Não sou eu que estou falando. É Platão.
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