Sem dúvida, a questão do controle da sociedade sobre o que políticos e gestores públicos fazem com o dinheiro de nossos impostos é fundamental. A influência da representação política vem ultrapassando cada vez mais as fronteiras das casas legislativas e gabinetes do Executivo, e chegando com força a instituições de Estado fundamentais para a democracia e a República, como o Ministério Público, os tribunais de contas, a advocacia pública, o Banco Central e outras instituições.
O caso dos tribunais de contas é bastante emblemático, pois eles são órgãos de assessoramento técnico do poder Legislativo. São eles quem auditam as contas do Executivo e levam ao Ministério Público eventuais irregularidades encontradas. Por isso, o pleno da corte de contas desses órgãos estão sempre sujeitos a indicações políticas no mínimo duvidosas.
O mais recente caso está acontecendo neste momento no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, o TCE-RJ. No próximo dia 28 de abril, será realizada votação da Assembléia Legislativa do estado, a Alerj, para ocupar uma vaga de conselheiro no tribunal. Acontece que o candidato mais cotado para preencher o cargo é aliado político do presidente da assembléia.
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Vale lembrar que, para ocupar um cargo tão técnico e relevante, os candidatos devem ter reputação ilibada e um sólido conhecimento jurídico e contábil, o tal “notório saber”. Requisitos que o candidato não preenche, pois, além de não ter grau superior completo, atualmente responde a um processo na Justiça por improbidade administrativa.
Daí a importância de ações da sociedade civil organizada para impedir absurdos como esse. A própria associação dos auditores de tribunais de contas já avisou que vai recorrer à Justiça, caso a nomeação se confirme.
Essa confusão entre alianças políticas e aparelhamento de instituições do poder público não é coisa nova, mas tem se tornado regra de uns tempos para cá. A própria associação dos auditores já teve que recorrer à Justiça no fim do ano passado, por um caso semelhante ocorrido no tribunal de contas de Mato Grosso.
PublicidadeEm recente depoimento aqui para o programa Agentes de Cidadania da Voz do Cidadão, o jornalista Bruno Fonseca “levantou a lebre” sobre a questão da influência política indesejável nas instituições de Estado. Para ele, um sinal flagrante de que os parlamentares não entenderam as manifestações nas ruas foi a aprovação do aumento do fundo partidário em quase 50%. O aumento agora está nas mãos da presidente Dilma para sanção. Esperemos que ela se sensibilize com a campanha “Veta Dilma” que está nas redes sociais e impeça um descalabro desta magnitude.
Se tem uma coisa que esse caso do petrolão está ensinando à sociedade é que o aparelhamento político-ideológico de instituições de Estado e empresas públicas é extremamente prejudicial a todos. Uma prática que deve ser combatida com todo o rigor.
Como você bem disse a resposta que os parlamentares dão ao Povo que se manifesta na rua é sempre um deboche, no final da legislatura passada se deram um aumento absurdo de 7.000,00 nos proventos, isto porque a maioria foi reeleita, duvido que se 90% da câmara tivesse sido renovada os deputados que estariam saindo aprovariam este aumento. Infelizmente é considerado normal colocar raposas para cuidar do galinheiro. Não seria o caso destes membros dos tribunais de contas serem eleitos por voto secreto dos membros da justiça tais como juizes, procuradores etc. desde que os candidatos apresentassem “curriculim” adequado e também fossem “ficha limpa”. Assim não haveria compromisso da parte deles com possíveis patrocinadores da candidatura.Precisamos parar no Brasil com esta divisão de classes que temos em nossa sociedade.
Um jogo de trapaças e trapaceiros. Se o brasileiro apenas cumprisse as leis que existem sem frauda-las já não precisaríamos de tantos aparatos para impedir os constantes assaltos aos cofres públicos. Mas o eleitor é o peão do tabuleiro que legitima os atos dos bandidos com o voto induzido.
Vamos todos cobrar isso do representante do seu Estado…
…esse é um dos pontos que gostaria muito que o congresso trabalhasse, excluindo qualquer envolvimento politico dos tribunais de contas…
Assim começaria entender que realmente buscam mudança.