Entre os diversos motivos dos protestos por menos corrupção e melhores condições sociais, vários manifestantes pediam menos gastos públicos do Congresso, menos ministérios e menos despesas com o custeio da máquina pública. Vários leitores pediram ao Congresso em Foco informações atualizadas sobre quanto custa manter um deputado federal e seu gabinete.
O fato é que, hoje, um deputado custa pelo menos R$ 1.400 por dia útil, segundo novo levantamento da reportagem. O valor pode ser até maior porque não foram considerados os feriados nacionais. Entre salários (quase R$ 27 mil por mês), verba para despesas de trabalho (R$ 33 mil em média) e recursos para pagar salários de assessores (R$ 78 mil), um único deputado custa R$ 140 mil mensais, ou R$ 1,8 milhão por ano.
A Câmara gasta R$ 919 milhões por ano para bancar a manutenção do mandato dos 513 deputados.
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Os parlamentares ainda dispõem de uma série de benefícios mais difíceis de se mensurar. Têm à sua disposição 11 carros oficiais. Mas os veículos só atendem ao presidente da Câmara, aos outros seis integrantes titulares da Mesa Diretora (vice e secretários), ao procurador parlamentar, à procuradora da Mulher, ao ouvidor da Casa e ao presidente do Conselho de Ética.
Cada gabinete ainda tem direito a várias impressões de publicações e de material de expediente. São até 15 mil folhas de A4 por mês, por exemplo, além de pastas, blocos e cartões. E os deputados podem publicar, todo ano, 200 mil páginas de publicações, o que significa 4 mil exemplares de 50 páginas, por exemplo.
Pago x entregue
O vídeo acima foi produzido pelo publicitário Danilo Pereira Almeida, 28 anos, morador de Coronel Fabriciano (MG), a 200 km a leste de Belo Horizonte, no Vale do Aço. Ele participava de protestos em Timóteo (MG), onde trabalha, enquanto terminava de criar a animação, com base em informações do Congresso em Foco.
Um dos motivos de fazer o vídeo foi a percepção de que parte dos benefícios dos parlamentares é usada para fins pessoais. “Há viagens para casos pessoais e mordomias mesmo”, disse Danilo à reportagem, por telefone. O publicitário entende que os valores pagos podem não ser altos, mas isso ainda esconderia um problema de qualidade na representação política. “Os valores estão acima do que eles ‘entregam’ à sociedade, independentemente de serem altos ou não.”
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