Renata Camargo
A presidente da Confederação Nacional da Agricultura e da Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), protocolou nesta terça-feira (2) duas denúncias contra o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. As ações foram impetradas contra as declarações do ministro que chamou de “vigaristas” os grandes produtores rurais e declarou que “essa turminha rica” polui rios e fala como representante dos pequenos agricultores.
As ações foram entregues à Comissão de Ética Pública da Presidência da República e à Procuradoria-Geral da República (PGR) e pedem que o ministro responda por crime de responsabilidade. Segundo Kátia Abreu, os ruralistas esperam que o governo tenha “uma atitude mais contundente com relação a essas palavras agressivas e abusivas por parte de um ministro de Estado”. A senadora quer que Minc seja demitido ou renuncie ao cargo.
“Nós não aceitaremos mais, passivamente, agressões dessa natureza que possam vir de qualquer lugar. Nós usaremos todas as medidas cabíveis e legais. Nós esperamos que a Justiça possa corrigir esses rumos e punir aquele que se comportou com falta de ética e irresponsabilidade”, defendeu a senadora. “Eu quero que ele seja punido. Se eu fosse a patroa dele, eu demitiria. Ele não tem equilíbrio para ser ministro”, completou.
A senadora afirma que a CNA e o setor produtivo não irão mais dialogar com o ministro do Meio Ambiente. “Com essa atitude, ele rompeu qualquer possibilidade com esse setor. Com esse cidadão que tem esse preconceito explicito e violento contra o setor, nós não temos estímulo e desejo do diálogo. Não temos tempo a perder e discutir com pessoas que não querem o diálogo”, disse.
Nas denúncias, a CNA argumenta que “a falta de equilíbrio” das declarações de Minc é “incompatível com a impessoalidade, o decoro e a dignidade que o exercício do cargo requer” e que “denota ausência de condições necessárias para exercer a função de ministro de Estado”.
No último dia 28, Minc participou da manifestação “Grito da Terra”, que reuniu cerca de 4 mi pequenos agricultores em frente ao Congresso. Na ocasião, Minc subiu ao carro de som e disse aos manifestantes que eles não poderiam “cair no canto da sereia” e que os ruralistas estavam “querendo usá-los contra o meio ambiente, quando a boa aliança é entre o ambientalista e a agricultura familiar”.
Na semana passada, o ministro chegou a considerar um equívoco a denúncia dos ruralistas à Comissão de Ética. Ele disse que entendia a situação como uma reação à parceria do ministério com a agricultura familiar. Minc afirmou ainda que desculparia “previamente” as declarações dos líderes ruralistas, que teriam sido carregadas de “destempero, truculência e agressividade”.
Leia também
Deixe um comentário