Edson Sardinha |
O compromisso do presidente da Câmara com os ruralistas também foi confirmado pelo coordenador da bancada, deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), e pelo líder do PMDB, José Borba (PMDB-PR), que apóia a proposta do correligionário e conterrâneo. A assessoria de imprensa da Presidência da Casa informou não ter conhecimento do acordo. Citado por Micheletto como um dos parlamentares que teriam revisto sua posição desde a votação do projeto na comissão mista, há quatro anos, o deputado Fernando Gabeira (sem partido-RJ) disse que mantém o discurso contrário à medida. Segundo o ex-petista, a proposta não contempla de forma abrangente o conceito de zoneamento ecológico-econômico, instrumento de identificação do potencial e da limitação do uso sustentável dos recursos naturais da região. Publicidade
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“Não podemos discutir o assunto de forma abstrata. O porcentual discutido hoje é cabalístico. Ele só poderá ser estabelecido em nova lei o após a definição do zoneamento ecológico-econômico, que vai dirimir toda a questão”, disse Gabeira. Micheletto acusa os ambientalistas de terem deturpado a proposta original. “A espinha dorsal do meu relatório é o zoneamento ecológico-econômico. Precisavam de um Cristo e eu fui o Cristo”, defende-se o deputado. PublicidadeA polêmica em torno do projeto não se restringe, desta vez, ao duelo entre ambientalistas e ruralistas. Mesmo entre os parlamentares que assumem a bandeira do produtor rural há restrições quanto à aprovação do projeto. Um dos coordenadores da bancada, por exemplo, o deputado Abelardo Lupion (PFL-PR), considera difícil a retomada da discussão a partir da proposta de Micheletto. Para ele, o caminho será encurtado, caso as mudanças no Código Florestal sejam contempladas por outro projeto de lei. Lupion defende, porém, que as discussões sobre ajustes na legislação em vigor comecem ainda este ano. Colaboraram: Sônia Mossri e Viviane Nunes |
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