A pesquisa traduz em números as dificuldades do Congresso para encontrar pontos mínimos de concordância na reforma política.
Das propostas em torno das quais esse debate tem girado, a que obteve maior apoio dos parlamentares foi o financiamento público das campanhas eleitorais, com apenas 25% de manifestações favoráveis.
Chama atenção a baixíssima adesão ao fim das coligações partidárias em eleições proporcionais (para deputado e vereador). A tese, que vários analistas indicam ser o caminho para a única reforma política possível no momento, é apoiada por somente 15% dos entrevistados.
Mais espantoso ainda é que a maioria dos congressistas sequer foi capaz de expressar uma opinião clara – contra ou a favor – a respeito dos principais pontos da reforma política. “A massa dos parlamentares revela pouco conhecimento dos temas em questão tanto na reforma política quanto na tributária”, analisa Alberto Almeida. “Esse é um debate que hoje envolve muito mais as lideranças políticas, ainda não chegou à massa dos congressistas”.
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Nenhuma surpresa que venha da oposição a maior resistência contra o financiamento público (47% dos oposicionistas ouvidos o desaprovam), mas também é ela quem mais resiste contra o voto distrital e o fim das coligações.
Discordâncias aqui ou acolá entre governo e oposição, a moral da história é inevitável: a menos que o governo use o seu poder para fazer o assunto andar, a reforma política permanecerá à deriva.
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