Entrar para o universo dos concursados é uma garantia de segurança para o futuro de muitas famílias, mas quando essas famílias já estão formadas, o desafio pode ser ainda maior. Com tantos jovens recém-formados investindo em concursos, aqueles que estão longe das salas de aulas há muito tempo acabam sem ânimo para tentar conquistar uma nova oportunidade.
A consultora da área de Recursos Humanos Cecília Spínola explica que esse fator pode influenciar no desempenho do candidato, sim, mas não deve ser encarado como um problema para quem busca novos caminhos, seja por meio de um concurso público ou de uma entrevista de emprego. “Esses candidatos precisam se manter atualizados, principalmente com questões relacionadas a tecnologia e a cursos nas áreas em que estão se candidatando. É importante também que eles estejam por dentro de assuntos que estão sendo discutidos atualmente”, ressalta.
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Com 45 anos, o engenheiro agrônomo Alcides Yano tentou oito vezes até ser aprovado em um concurso público. Pai de três adolescentes e passando por uma crise financeira, essa foi a única alternativa que ele encontrou para sair do sufoco. “Comecei a me preparar em 2006, investindo em diversos concursos. Não fiz curso preparatório e grande parte do material a que recorri, baixei da internet, além de alguns livros ganhados ou comprados em sebos. Projetei que em 2009 ou 2010 iria conseguir uma aprovação e comecei a comparar resultados, porcentagem de acertos para aprovação, analisar os rankings de fóruns, e conclui que, se alcançasse de 70% a 75% de acertos, poderia ser aprovado”, conta Yano.
O engenheiro ressalta que um dos pontos principais para ser aprovado é ler o edital com muita atenção. “Lia o edital exaustivamente, principalmente o conteúdo programático e o peso de cada matéria. Deixei diversas cópias espalhadas pela casa para ter certeza de que não estava fugindo das matérias, ou que não estava esquecendo alguma coisa”, relembra. Outra dica que ele dá é ter um índice de acerto de pelo menos 80% em Português, Contabilidade, Direito Tributário, Matemática Financeira e legislação do ICMS. “Por três motivos: são matérias que geralmente têm peso maior, sempre caem e porque se você aprender, nunca mais irá esquecê-las”, garante.
Apesar de pouco convencional, o método de estudo de Alcides é considerado bastante eficiente por Cecília, que ressalta o concurso como uma boa opção para quem está fora do mercado de trabalho há muito tempo. “O concurso é uma garantia de futuro e raríssimos editais exigem um limite de idade. Se pessoa não tiver condições de frequentar um curso, a internet é uma excelente ferramenta de estudo, além das apostilas que são vendidas em bancas de revistas”, diz.
Mudanças
A advogada Ana Cristina Sampaio resolveu mudar de vida aos 43 anos. Antes, ela já havia largado a carreira de dentista por causa de um problema de saúde e entrou para a faculdade de Direito. Passou no Exame da Ordem dos Advogados do Brasil antes mesmo de completar a graduação e hoje faz um curso de carreira jurídica, que é um preparatório para concursos em diversas áreas do Direito.
“Ainda não defini o concurso que quero fazer, mas como já tenho 48 anos, também não quero escolher qualquer concurso só pelo dinheiro, quero fazer algo que eu realmente goste”, explica. Ana, que também faz pós-graduação em Direito Civil e Imobiliário, afirma que frequentar a sala depois de tantos anos também não foi nenhum problema. “Pelo contrário, os professores têm até uma atenção especial com a gente, mas tudo vai depender da postura do aluno”, conta.
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