“Temos que fazer isso sem diminuir a importância dela para o presente e para o futuro do País. Não podemos aceitar que alguns tentem colocar a Petrobras como uma vergonha para o Brasil”, disse Dilma. Durante o discurso, ela repetiu a posição dada a ministros e reforçada na mensagem presidencial encaminhada ao Congresso. Para ela, é preciso travar a “batalha da comunicação”. “Nós devemos enfrentar o desconhecimento e a desinformação sem tréguas. A luta deve continuar”, afirmou.
Segundo a presidenta, é preciso apurar e punir aqueles considerados culpados pela Justiça e evitar novas irregularidades. Já Lula disparou contra o PSDB. Para o ex-presidente, foi o governo tucano que tentou destruir a estatal. “A verdade é que foi o governo deles que tentou destruir a Petrobras. E foi o nosso governo que a resgatou e retomou os investimentos que levaram à descoberta do pré-sal e fizeram da Petrobras a maior produtora mundial de petróleo entre as empresas de capital aberto”, disse.
Ele ainda questionou o fato de a imprensa focar mais no PT do que nos outros partidos também citados na Operação Lava Jato, como PP e PMDB. “O critério da mídia é a criminalização do PT desde que chegamos ao poder. Não importa se é verdade ou mentira”, afirmou. Segundo ele, havia corrupção nos contratos assinados pelo PSDB e “isso nunca foi investigado”. “A verdade é que, apesar de todo o alarido, não há nenhuma prova contra o PT nesse processo, nenhuma doação ilegal, nenhum desvio para o partido. Nada!”, defendeu.
Ajustes
Dilma defendeu também os ajustes fiscais anunciados pelo governo recentemente. “Nós estamos diante da necessidade de promover o reequilibro fiscal para promover o crescimento da economia o mais rápido possível. Nos não fazemos reequilíbrio por fazer. Só fazemos para garantir emprego e renda”, disse.
Dilma discursou durante evento comemorativo dos 35 anos do PT. Ela atribuiu a necessidade desses ajustes a dois “choques”. Um deles, segundo ela, tem relação com a crise internacional que deixou o Japão e a Europa estagnados. O outro, a seca, com consequência na agricultura e na produção de energia elétrica.
O evento e a participação da presidenta se dá em meio à troca de presidência da Petrobras, em virtude das denúncias de corrupção envolvendo funcionários da estatal. Na última terça-feira (3), os rumores sobre a saída de Graça Foster da presidência da estatal ganharam força. No dia seguinte, a notícia foi oficializada. No início da tarde desta sexta-feira, a empresa anunciou o nome de Aldemir Bendine para o lugar de Graça.
As investigações da Justiça continuam e novos fatos vão surgindo. Ontem, o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco disse, em depoimento de delação premiada firmado com o Ministério Público Federal (MPF), que o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, recebeu propina em nome do partido em 90 contratos da Petrobras.
Com informações da Agência Brasil
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