O clima de guerra civil aumentou ontem à noite em São Paulo com a intensificação dos ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC). A violência se alastrou por outros dois estados, Paraná e Mato Grosso do Sul. Ao menos 36 ônibus foram incendiados. Fóruns da Justiça também sofreram atentados. Pelo menos três agências bancárias e um prédio comercial foram atacados.
Presos se rebelaram em 80 presídios (cadeias públicas e penitenciárias) desde sexta-feira. Até esta madrugada, 55 continuavam dominados pelos presos. Já eram contados 74 mortos em 150 ataques. Os principais alvos são os postos policiais.
Detentos de cinco presídios de Mato Grosso do Sul e de cinco presídios do Paraná também iniciaram violentos motins, declarando serem atos de solidariedade aos bandidos da facção criminosa paulista responsável pela onda de violência. Ainda havia ontem à noite 230 reféns em presídios, mesmo depois de 85 pessoas terem sido liberadas.
Além de postos policiais, na madrugada de ontem foram atacados a tiros e bombas o prédio de um Fórum em São Paulo e de duas agências bancárias. Dezenove ônibus urbanos e uma agência bancária foram incendiados pelos criminosos em São Paulo e em cidades próximas ou da região metropolitana.
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Menores infratores também se amotinaram na Febem (Fundação do Bem-Estar do Menor) de Vila Maria, na Zona Norte. Em meio ao caos, as principais autoridades da área de segurança pública paulista mantiveram-se em silêncio. O secretário de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, e o secretário de Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, negaram-se a falar sobre os acontecimentos.
O governador paulista, Cláudio Lembo (PFL), rejeitou a ajuda da Polícia Federal, oferecida pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e disse que advogados podem ser mensageiros dos criminosos, entregando aos presos celulares e outros objetos proibidos. Lembo defendeu a gravação das conversas entre detentos ligados ao crime organizado e seus advogados, medida que sofre resistência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
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