O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) reagiu hoje duramente à declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de que o PSDB errou ao tentar "tapar o sol com a peneira" no caso de caixa dois do tucano em Minas. Segundo o senador, o ex-presidente foi "desleal, inoportuno e injusto" ao dizer que o primeiro equívoco do partido foi minimizar o fato de Azeredo também ter recebido recursos do empresário Marcos Valério, na campanha ao governo do estado em 1998.
"Ele está sendo inoportuno, incorreto, injusto. Ele cometeu uma deslealdade partidária ao ficar afirmando que o partido ‘tapou o sol com a peneira’ no meu episódio. A bancada me defendeu porque soube separar as coisas. O meu caso foi algo de campanha, diferente do que aconteceu com o PT. No caso do PT foi corrupção. Isso ficou muito claro no ano passado", disse. O senador reforçou ainda que, na época, não tinha controle sobre a arrecadação de sua campanha.
Não escondendo a mágoa com o ex-presidente, Azeredo acusou FHC de só fazer críticas e não trabalhar para eleger o candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin. Azeredo disse que, apesar de não ser candidato nesta eleição, já que tem mais quatro anos de mandato no Senado, está fazendo campanha para Alckmin no interior de Minas, inclusive nesta sexta-feira.
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"Diferentemente de Fernando Henrique, que só critica, estou fazendo campanha sim, estou no interior de Minas, no Oeste mineiro, na cidade de Santo Antônio do Monte. Eu não sou candidato e estou fazendo campanha para o Alckmin. Onde está Fernando Henrique hoje?"
O senador mineiro disse que faltou consideração ao ex-presidente e lembrou que teve o apoio dos colegas de partido quando teve de deixar o comando da legenda no ano passado, logo após a descoberta do valerioduto. "Tanto os parlamentares da Câmara quanto do Senado me defenderam porque me conhecem e sabem da minha vida. Na época, ele não se posicionou, e nem conversou comigo. Por isso, não dá para vir agora e colocar tudo isso nessa carta e falar de mim. Repito, isso é uma deslealdade partidária. Eu sou tão fundador do partido tanto quanto Fernando Henrique e acho que ele deveria tido consideração antes de divulgar essa carta", afirmou.
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