“O senhor pode nos ouvir um pouquinho?”
Com essa pergunta, duas irmãs abordaram o prefeito Diego de Nadai durante um evento que era realizado perto da casa onde elas moravam. Tatiane Cruz e Tânia de Jesus tinham uma confecção de pequeno porte e uma ideia de relevante envergadura econômica e social para a cidade de Americana, localizada no coração da RPT (Região do Polo Têxtil) do Estado de São Paulo.
Um ano depois que o prefeito parou para ouvir o que aquelas moças tinham a dizer, era inaugurado o Americana Center Atacado, um dos maiores shoppings de confeccionistas do interior paulista, localizado na Avenida Monsenhor Bruno Nardini, 1835. O empreendimento reúne 73 indústrias da cidade e atende comerciantes de todos os portes – e de todas as regiões do País –, que buscam economia com as compras em volumes maiores.
O sucesso é tão grande que na mesma semana de lançamento já se cogitou um plano de ampliação para permitir a presença de mais 150 indústrias. Além de aumentar a arrecadação da municipalidade, o shopping dos confeccionistas gera centenas de empregos, resgata a imagem da “Princesa Tecelã Paulista” e tem potencial de transformar a cidade de Americana na Capital Nacional da Moda – o que me motivou a apresentar projeto de lei que oficializa este título.
Uma história de sucesso reveladora! Eis o que pode acontecer quando as mulheres sonham e quando os homens acreditam neste sonho. Nós, mulheres, somos minoria nos espaços de poder e de decisão. Por nos multiplicarmos em mães, esposas e profissionais, passamos a deter apenas 5% dos cargos no alto escalão das empresas e uma minoria de postos legislativos (somente 8,77% no Brasil). Na dimensão política, a democracia brasileira está muito longe de ser representativa.
Neste cenário predominantemente masculino, ainda precisamos pedir para sermos ouvidas a fim de que possamos revelar o potencial empreendedor feminino. E são poucos os homens que têm a sensibilidade de acreditar no nosso sonho e colocar-se a serviço dessa realização. Há escassez de terrenos férteis. Com raras exceções, a cultura machista que predomina há tantas décadas tornou áridos demais os solos onde tentamos ver desabrochar nossas ideias, nossos projetos, nossos sonhos… O homem não é pior que a mulher. E nem o contrário. Juntos, somos muito melhores!
*Deputada federal em segundo mandato. Foi reeleita em 2010 pelo Partido Progressista
Deixe um comentário