Líder da Minoria, o senador tucano faz no Plenário do Senado, quase toda semana e desde o início do mandato, menções violentas ao diretor do Dnit. “Pagot, tu jamais vais calar a minha voz aqui. Jamais. A não ser que tu uses de outros métodos – já comecei a desconfiar. Aí, talvez, tu consigas, mas vou continuar defendendo o dinheiro público, Pagot”, bradou Mário, em 8 de junho, desferindo os já conhecidos socos no apoio de madeira do púlpito.
Mário Couto se referia à decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o fato de Pagot, indicado pelo senador Blairo Maggi (PR-MT), ter exercido, entre abril de 1995 e junho de 2002, a função de secretário parlamentar de Jonas Pinheiro (DEM-MT) no Senado. O problema é que Pagot, à época, era sócio de Maggi na Hermasa Navegação da Amazônia, além de diretor da empresa manauara, o que impediria sua admissão na Casa – a Lei 8.112, que trata do regime jurídico dos servidores públicos, não permite o acúmulo das funções (no gabinete de Jonas e como sócio de empresa privada).
Além de infringir a legislação trabalhista, Pagot teria cometido crime de falsidade ideológica ao omitir tal informação e assim poder compor o quadro de servidores parlamentares. Bem como omitiu de seu currículo, quando da sabatina de sua indicação para o Dnit na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, o detalhe de que havia sido contratado como secretário de Jonas Pinheiro. O TCU apontou a impropriedade – segundo Mário Couto, foram “levados [por Pagot] R$ 500 mil daqui do Senado”.
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“O Pagot, primeiro, lesou os cofres deste Senado. Tens de devolver o dinheiro do Senado, para eu deixar de te chamar de ladrão. Se tu devolveres, talvez eu não te chame mais de ladrão. Agora, o pior é que vou aumentar ainda mais a frase, Pagot: além de ladrão, és burro, porque tu não podes cassar o meu mandato, Pagot”, acrescentou Mário Couto no mesmo pronunciamento, agora se referindo ao fato de Pagot ter acionado o Conselho de Ética do Senado contra o tucano justamente pelas ofensas e denúncias proferidas da tribuna. Como todo parlamentar tem imunidade de expressão, a representação deve ser arquivada.
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