O Globo
Defesa vai negar a compra de votos
Os advogados dos petistas José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, os três principais réus do mensalão, vão negar hoje no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) que seus clientes tenham se associado para comprar votos de parlamentares a favor de projetos de interesse do governo no início do primeiro mandato do ex-presidente Lula. Como principal arma, vão alegar a falta de provas concretas nos autos do processo. Delúbio, ex-tesoureiro do PT e apontado como um soldado do partido, assumirá a responsabilidade apenas por caixa dois de campanha, um crime eleitoral já prescrito. Também hoje as defesas de Marcos Valério, denunciado como o operador do mensalão, e seu sócio Ramon Hollerbach vão igualmente negar que eles tenham participado do esquema.
Os cinco advogados terão uma hora cada para tentar convencer os 11 ministros da inocência de seus clientes, acusados pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de terem comandado o “mais atrevido e escandaloso caso de corrupção e desvio de dinheiro público flagrado no Brasil”.
Dirceu, Genoino e Delúbio são acusados de formação de quadrilha e corrupção ativa. Marcos Valério e Hollerbach são acusados de formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisa. A defesa do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, a primeira que será sustentada no plenário do Supremo hoje, vai insistir na tecla da falta de provas e explorar supostas falhas e contradições da acusação feita por Gurgel.
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Defesa de José Genoino será a segunda a falar hoje
O segundo advogado a falar hoje no plenário do Supremo será Luiz Fernando Pacheco, que defende o ex-presidente do PT José Genoino. Vai sustentar que seu cliente não tomava parte das finanças do partido, em discurso afinado com as defesas de José Dirceu e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares. O advogado de Genoino nega que os contratos com o Banco Rural e o BMG tenham sido fictícios e usados para a compra de apoio político:
– Os empréstimos foram registrados no partido, no Tribunal Superior Eleitoral, e foram cobrados judicialmente. Em nenhum momento ele se reuniu para tratar de repasses.
Genoino, segundo a acusação da Procuradoria Geral da República (PGR), “era o interlocutor político do grupo criminoso”, cabendo-lhe “formular as propostas de acordos” aos líderes dos partidos que comporiam a base do governo. A PGR alega ainda que os empréstimos só foram cobrados quando o escândalo ganhou o noticiário.
Sete anos após ser descoberto, mensalão tucano ainda não foi julgado
Quatorze anos depois de supostamente ter ocorrido, sete anos após ser descoberto e quase cinco anos depois de ser denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR), o mensalão tucano – chamado de “origem e laboratório” do valerioduto petista pelo ex-procurador Antonio Fernando Barros e Silva de Souza – ainda não foi julgado. Diferentemente do esquema do PT, pelo qual todos os réus respondem no Supremo Tribunal Federal, o processo do mensalão mineiro foi desmembrado entre STF e a Justiça em Minas.
Em 2007, a PGR denunciou 15 pessoas por peculato e lavagem de dinheiro. A pedido dos advogados de três réus, o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo, decidiu desmembrá-lo em maio de 2009. Na época, apenas o então senador Eduardo Azeredo (PSDB), considerado o principal beneficiário do esquema, tinha foro privilegiado, argumento usado por advogados de outros réus para pedir a sua divisão. Hoje, o acusado e senador Clésio Andrade (PMDB) também tem a prerrogativa.
De alta, Jefferson diz que salvou o Brasil de José Dirceu
Ainda debilitado devido à operação feita para o tratamento de um tumor maligno no pâncreas, o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), de 59 anos, que foi cassado em 2005, recebeu alta ontem e atacou José Dirceu (PT), ex-ministro da Casa Civil no governo Lula. Roberto Jefferson disse, antes de deixar o Hospital Samaritano, no Rio, que “salvou o Brasil de Dirceu”. O petebista foi o delator do mensalão, e Dirceu é apontado na denúncia como o chefe da quadrilha. Ambos são réus no processo.
– A minha luta era com o Zé Dirceu. Ele me derrubou, mas eu salvei o Brasil dele. Isso para mim é satisfatório. Ele (José Dirceu) não foi, não é e não será presidente do Brasil. Caímos os dois – afirmou Jefferson, apesar de dizer que não tem “ódio e ressentimento” por Dirceu.
Alto desemprego em 32 cidades
As regiões Norte e Nordeste do país concentram a maioria das 32 cidades que têm taxa de desocupação acima de 20%, um contraste no país do pleno emprego.
Folha de S. Paulo
Entrevista da 2ª José Luis Oliveira Lima
Me baseio na Constituição, e não em Chico Buarque
Aos 46 anos, o advogado criminalista José Luis Oliveira Lima terá hoje, ao abrir a participação da defesa no julgamento do mensalão, o desafio maior de sua carreira. Defensor há sete anos do ex-ministro José Dirceu, principal réu do processo, Juca, como é conhecido, sustenta que não há provas nos autos para condenar seu cliente.
Diante do risco de um placar apertado, ele evita entrar em polêmicas com ministros. E ironiza a sustentação oral feita semana passada pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel: “Minha defesa se baseia processo e na Constituição, e não em Chico Buarque”. Gurgel finalizou sua acusação com um trecho de “Vai Passar”.
Petistas podem ajudar a sustentar defesa de Dirceu
O ex-deputado José Genoino e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares de Castro vão ajudar a sustentar a defesa do ex-ministro José Dirceu hoje, quando o STF (Supremo Tribunal Federal) começar a ouvir os argumentos dos réus do mensalão, se reafirmarem as versões que mantêm desde o início do processo criminal.
Genoino presidia o PT e Delúbio administrava as finanças do partido quando o escândalo do mensalão veio à tona, há sete anos. Ambos sustentaram desde então que agiam sem prestar contas a Dirceu, que a Procuradoria-Geral da República aponta como o principal responsável pela montagem do mensalão.
Roberto Jefferson afirma que ‘salvou país’ de Dirceu
O ex-deputado Roberto Jefferson voltou a atacar ontem o ex-ministro José Dirceu, com quem divide o banco dos réus no julgamento do mensalão, e isentou novamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de qualquer envolvimento com o esquema.
“A minha luta era com o Zé Dirceu. Ele me derrubou, mas eu salvei o Brasil dele. Ele não foi, ele não é e não será presidente do Brasil.”
Jefferson afirmou não poder avaliar as provas contra José Dirceu, mas disse não ter “nenhum ódio ou ressentimento contra ele”. “A minha luta contra ele eu já exauri. A luta agora é de vocês [imprensa], da opinião pública, dos ministros daquela corte.”
Dilma avisa PT que não fará campanha para Haddad na TV
A presidente Dilma Rousseff avisou a aliados do candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, que não deve mesmo participar da sua propaganda de TV no primeiro turno.
Segundo dirigentes da campanha, ela afirmou que só apareceria no programa eleitoral caso houvesse uma polarização clara entre o petista e José Serra (PSDB).
Como as pesquisas mostram Haddad muito atrás de Celso Russomanno (PRB) e em empate técnico com Gabriel Chalita (PMDB), Dilma disse que sua entrada na disputa prejudicaria dois partidos que apoiam seu governo.
Novos exames dirão se Lula está liberado para eventos eleitorais
O ex-presidente Lula será internado hoje no hospital Sírio Libanês. Ele realizará uma série de exames para que os médicos avaliem sua atual condição de saúde.
Estão previstas análises de sangue, tomografia e pet-scan, aparelho de alta precisão que rastreia o organismo e é capaz de identificar eventuais focos de tumores ainda em estágio inicial.
O ex-presidente passou pela mesma bateria há cerca de dois meses. O cardiologista Roberto Kalil Filho, que coordena a equipe que trata do petista, determinou já naquela época que ele retornasse ao hospital em agosto.
TJ do Rio julga desembargadores por suspeita de fraude em concurso
Os 25 desembargadores mais antigos do Tribunal de Justiça do Rio se reúnem hoje para julgar a possível fraude que teria ocorrido no concurso para juiz realizado pelo tribunal, em 2008.
São 13 réus. Entre os acusados há dois desembargadores, sete juízes (aprovados no concurso sob suspeita) e quatro advogados. Se condenados, os magistrados podem perder os seus cargos.
Cliente sofre mais com celular nas capitais
A quantidade de clientes por antena de celular nas regiões metropolitanas chega a ser mais que o dobro da média nacional, que é de 4.618. Juntas, as áreas urbanas respondem por 64% das linhas ativas e 20% delas acessam a internet.
Esse é um dos principais motivos da queda de qualidade dos serviços nas grandes cidades, onde houve uma explosão do tráfego de dados (internet) nos últimos anos, algo que exige não só novas torres como equipamentos mais potentes nos locais em que já existe infraestrutura.
Na semana passada, a Folha mostrou que a média de clientes por antena quase dobrou entre 2002 e 2012, passando de 2.418 para 4.618.
O Estado de S. Paulo
Gasto dos Estados com funcionários cresce R$ 55 bi
Os Estados brasileiros aumentaram suas despesas com pessoal em R$ 55,3 bilhões, em valores brutos, desde o início da crise financeira internacional, o equivalente ao Produto Interno Bruto (PIB) da Bolívia. E agora, para bancar a despesa anual de R$ 250 bilhões com o funcionalismo do Executivo, Legislativo e Judiciário, precisam gastar mais do que toda a riqueza produzida conjuntamente por Equador, Paraguai e Uruguai, ou o suficiente para quase quitar a dívida externa da Argentina.
Os números foram compilados pelo Estado com base no Relatório de Gestão Fiscal (RGF) de todos os 27 Estados brasileiros. Esse documento deve ser produzido por força da Lei de Responsabilidade Fiscal, para permitir o acompanhamento dessas despesas.
Os dados mostram um crescimento de 29% com o funcionalismo estadual, mais comissionados e terceirizados. O aumento supera a variação do salário mínimo (17,2%) e da inflação acumulada de 2009 a 2011 (17,66%, segundo o IPCA).
Marco Aurélio critica sessão extra por Peluso
A convocação de sessões extras do STF para garantir a participação do ministro Cezar Peluso – que se aposentará dia 3 – no processo do mensalão é criticada pelo ministro Marco Aurélio Mello. Em entrevista ao Estado, ele reprova a possibilidade: “Você não pode manipular quorum para chegar a resultado.”
Defesa de José Dirceu vai atacar ‘ilações’ e ‘fala fácil’ de Gurgel
A fase de defesa no julgamento do mensalão no Supremo começa nesta segunda-feira, 6, com a manifestação dos advogados dos principais réus. Os defensores de José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares e Marcos Valério são os primeiros a falar e tentarão desconstruir a acusação de que seus clientes formaram uma quadrilha para corromper parlamentares no Congresso. Também falará nesta segunda o advogado de Ramon Hollerbach, ex-sócio de Valério na agência SMP&B.
‘Dilma invadiu BH e deu peso nacional à disputa’
O presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), acusa o PT e a presidente Dilma Rousseff de terem feito “uma invasão ilegítima em Minas Gerais”, ao lançarem o ex-ministro Patrus Ananias para a prefeitura e terem obrigado o presidente do PSD, Gilberto Kassab, a intervir no partido para apoiar o petista. Para o tucano, a ação de Dilma deu importância nacional à eleição na capital mineira. O adversário de Patrus é o prefeito, Marcio Lacerda (PSB), apoiado pelo senador Aécio Neves, potencial candidato a presidente pelo PSDB em 2014. “Aécio lidera a campanha contra o mundo do PT e os invasores”, diz Guerra.
Delta legalizava dinheiro a Cachoeira com nota fria, diz PF
A Polícia Federal sustenta que a Delta Construções encomendava notas frias para dar fachada legal a pagamentos feitos à organização do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Os pedidos eram feitos a um empresário, acusado de fornecer para a quadrilha os documentos e montar empresas de “prateleira”, sem funcionários ou atividades reais.
Descrito em relatório da PF, o esquema foi revelado com base em análise de papéis e e-mails apreendidos na JR Prestadora de Serviços, um dos CNPJs usados pela Delta para pagar serviços supostamente fictícios. Na firma, em Anápolis (GO), foram recolhidos documentos sobre a constituição de mais cinco pessoas jurídicas (Brava Construções, Let Laminados, Flora Brasil, Gold Petro e Libra Factoring), cujas contas eram movimentadas por homens de Cachoeira. O responsável pelo escritório seria Francisco de Asis Oliveira, apontado como criador das empresas.
Crise já afeta criação de novas vagas
Dados do Ministério do Trabalho apontam queda no ritmo de abertura de novas vagas no País. Foram geradas 858 mil no primeiro semestre, 407 mil a menos do que em igual período de 2011. Saldo entre admissões e demissões foi de 68 mil, recuo ao patamar de 2008, ano da quebra de bancos nos EUA. A indústria é o setor mais afetado.
Os 10 conselheiros mais influentes
Pesquisa inédita feita pela FGV, e atualizada a pedido do Estado, mostra quem são, como atuam e a quem estão conectados os disputados integrantes dos conselhos de empresas de prestígio no Brasil.
Jefferson diz que ‘salvou’ o Brasil de Dirceu
Presidente nacional do PTB e um dos 38 réus no processo do mensalão, Roberto Jefferson afirmou ter “salvado” o Brasil do ex-ministro José Dirceu, foco do seu ataque nas denúncias sobre a existência de um esquema de corrupção no governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
“A minha luta era com o José Dirceu. Ele me derrubou, mas eu salvei o Brasil dele. Isso para mim é satisfatório. Ele não foi, ele não é e não será presidente do Brasil. Caímos os dois. Não tenho no coração nenhum ódio, nenhum ressentimento contra ele”, afirmou.
Correio Braziliense
Mais uma tragédia no Lago Paranoá
Colisão entre duas lanchas, próximo à barragem, deixou um morto — o empresário Gustavo Célio Fonseca, 27 anos — e pelo menos cinco feridos. Os passageiros das duas embarcações eram amigos e passeavam juntos. O acidente ocorreu quando o condutor de uma delas fez um retorno e, na manobra, acabou batendo na outra. Ambas estariam em alta velocidade, segundo testemunhas. Atingido na cabeça pelo casco de uma das lanchas, Gustavo Célio morreu menos de uma hora depois, já no Hospital de Base.
Funcionalismo: governo evita aposentadorias
Mesmo pressionado pela greve nacional dos servidores públicos, de braços cruzados há quase dois meses, o Palácio do Planalto resiste diante da possibilidade de colocar a mão no bolso. Com R$ 180 bilhões do Orçamento comprometidos pela folha de pagamento do funcionalismo nos Três Poderes, o governo precisa adicionar a essa conta outros R$ 936 milhões anuais pagos aos quase 90 mil funcionários do Executivo que estão em condições de se aposentar — somam, no mínimo, 51 anos de idade mais os 35 de trabalho no caso de homens e os 30 no de mulheres —, mas decidem continuar na ativa. Eles recebem a mais 11% do salário pelo chamado bônus de permanência.
Mensalão: a hora da defesa
O Supremo Tribunal Federal (STF) abre hoje uma nova etapa no julgamento do mensalão. Chegou o momento de a defesa dos réus se pronunciar contra a denúncia da Procuradoria Geral da República. Os advogados dos primeiros cinco acusados terão hoje uma hora cada um para tentar provar que o maior escândalo da política recente não existiu, se restringindo a uma usual prática de formação de caixa dois para pagar contas eleitorais. Diante dos 11 ministros do Supremo Tribunal, os defensores do ex-chefe da Casa Civil José Dirceu; do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares; do ex-presidente do PT José Genoino; e dos empresários Marcos Valério e Ramon Hollerbach alegarão que não há qualquer correlação entre os saques e uma possível compra de votos no Congresso e que os empréstimos foram regulares sem a utilização de recursos públicos.
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