O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, negou ter conversado com o presidente Michel Temer sobre o processo que pode cassar o mandato do peemedebista em tramitação na corte. Gilmar pegou carona no avião presidencial em viagem a Portugal, que levou uma comitiva para acompanhar o funeral do líder português Mário Soares. Em entrevista à Folha de S.Paulo, o ministro negou haver conflito de interesse, chamou de “bobagem” o questionamento sobre a carona e disse que “não é preciso viajar para combinar uma coisa espúria”.
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“Se fosse para combinar uma coisa espúria, obviamente, pode fazer isso em qualquer lugar. Não precisa ir a Portugal”, declarou. Gilmar afirmou que é preciso “acabar com esse modo de suspeita” sobre a conversa entre agentes do mundo político. Embora tenha pegado a carona, o ministro não foi até o velório do ex-presidente e ex-primeiro-ministro português. Ele contou ter sofrido uma crise de labirintite ao chegar a Lisboa.
“Não tem nenhum conflito [de interesse em viajar de carona com Temer]. Quem abriu esse processo no TSE fui eu. A ministra Maria Tereza tinha arquivado [o processo] e a tendência do tribunal era confirmar [o arquivamento]”, afirmou à repórter Marina Dias.
O TSE, que Gilmar preside, deve julgar este ano o processo movido pelo PSDB que pede a cassação da chapa Dilma-Temer por abuso de poder econômico e político nas eleições de 2014. O ministro disse que tem 30 anos de convivência com Michel Temer e que conversa com pessoas de “todas as colorações políticas”. “Pessoas que vocês nem sabem almoçam na minha casa, isso é bobagem. É perda de tempo”, acrescentou.
PublicidadeGilmar afirmou que estava de férias na capital portuguesa, mas teve de retornar a Brasília para “atender uma questão pessoal”, e que voltaria a Portugal no próximo domingo (15). O presidente do TSE disse que antecipou a volta à Europa ao ser convidado por Temer para o funeral de Mário Soares. Segundo ele, uma crise de labirintite o impediu de ir à cerimônia.
O ex-presidente José Sarney e o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, também voaram com Gilmar e Temer. O presidente permaneceu por 10 horas em território português e já voltou a Brasília.
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