O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos casos da Operação Lava Jato na 13ª Vara Federal de Curitiba, aceitou nesta quarta-feira (14) a denúncia contra o ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS). Delcídio e outros dez denunciados são agora réus na investigação da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras em 2005. O ex-senador cassado já é réu em outro processo que tramita em Brasília por obstrução à Justiça, também na Lava Jato.
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Na outra ação, Delcídio chegou a ficar quase três meses preso, acusado de tentar atrapalhar as investigações da Lava Jato, como oferecer mesada de R$ 50 mil por mês e uma rota de fuga ao ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para que não fizesse delação premiada.
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Segundo a denúncia apresentada pela força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) em Curitiba no ano passado, pelo menos US$ 17 milhões foram pagos em propinas a Delcídio e a ex-funcionários da Petrobras pela dona anterior da refinaria, a empresa belga Astra Oil. Ainda de acordo com a peça apresentada pelos procuradores e aceita por Moro, a cobrança de propinas era praxe na diretoria internacional da estatal, à época comandada por Nestor Cerveró.
O MPF aponta que Delcídio recebeu pelo menos US$ 1 milhão da propina, “em razão de acordo que mantinha com os ex-diretores da Petrobras Nestor Cerveró e Renato Duque, assim como por ter tido atuação fundamental na nomeação de Nestor Cerveró para a diretoria internacional da Petrobras”. Ainda de acordo com a denúncia, pelo menos cinco entregas de dinheiro em espécie foram feitas a um intermediário indicado por ele.
Além do ex-senador, também viraram réus os ex-funcionários da Petrobras Luis Carlos Moreira, Carlos Roberto Martins Barbosa, Cezar de Souza Tavares, Rafael Mauro Comino, Agosthilde Monaco de Carvalho e Aurélio Oliveira Telles, o ex-vice-presidente da Astra Oil Alberto Feilhaber e os operadores financeiros Raul Davies, Jorge Davies e o empresário Gregório Marin Preciado, casado com uma prima do senador José Serra (PSDB-SP). Delcídio firmou, há dois anos, um acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República para tentar diminuir suas penas.
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