A força-tarefa da Lava Jato investiga se o Banco Safra comete crime financeiro ao renegociar dívidas da empresa Marsans, cujo dono é o doleiro Alberto Youssef, acusado de comandar o esquema de corrupção na Petrobras. A operação teria movimentado cerca de R$ 10,4 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo o Ministério Público Federal, ao aceitar o negócio suspeito, além de cometer crime contra o sistema financeiro nacional, o banco colaborou com a lavagem de dinheiro operada pelo doleiro e ainda evitou que os desvios de recursos da estatal fossem descobertos mais cedo.
A Marnsans foi adquirida por Youssef em 2011, por meio de sua empresa de investimento GFD. À época da compra, a empresa de turismo já possuía dívida milionária com o banco. O doleiro, então, ofereceu como garantia de renegociação da dívida o hotel Porto Príncipe, em Porto Seguro (BA), adquirido por R$ 6 milhões pela GFD. O banco aceitou a negociação e acordou que o débito da Marsans seria quitado com 61 parcelas.
Para os investigadores da Polícia Federal, o Safra foi negligente na operação ao aceitar quantia pouco maior que a metade da dívida da empresa como garantia. “Pois bem, essa conduta de efetuar operação financeira com pessoa de notório alto risco pessoal, admitindo o oferecimento de garantias de cerca de 50% do valor da operação de mútuo, em tese, constitui gestão temerária (senão fraudulenta) de instituição financeira”, diz documento da Lava Jato que requer a investigação do banco.
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O documento ainda frisa que, quando o empréstimo foi negociado, Youssef já havia sido condenado, em 2005, por seu envolvimento no caso do Banestado.
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