Rudolfo Lago
O jornalista Amaury Ribeiro Júnior, responsável pela quebra do sigilo fiscal de Verônica Serra, filha do candidato do PSDB à Presidência, e de outros tucanos, foi indiciado hoje (25) pela Polícia Federal pela suspeita da prática de crimes. Amaury agora passa a ser investigado por ter cometido corrupção ativa, violação de sigilo funcional, uso de documento falso e por oferecer vantagem a testemunha.
O indiciamento aconteceu após novo depoimento de Amaury. Ele depôs das 10h30 até as 16h30. A corrupção ativa parece a acusação mais grave. Seria pelo fato de ter pago, de acordo com o depoimento do despachante Dirceu Rodrigues Garcia, R$ 12 mil para obter cópias das declarações de imposto de renda dos tucanos. A violação de sigilo é pelo mesmo motivo, mas ela deve recair sobre os funcionários da Receita que repassaram os dados (eles é que são os responsáveis por manter o sigilo). O uso de documento falso é porque, para obter os dados, foi feita uma falsa procuração de Verônica Serra. Finalmente, a vantagem oferecida a testemunha é porque Dirceu disse à PF que, um mês e meio antes de seu primeiro depoimento, quando o caso já havia estourado na imprensa, Amaury ligou para ele perguntando se ele precisava de alguma coisa. Depois que Dirceu disse que “estava apertado”, Amaury, conforme o depoimento do despachante, depositou R$ 5 mil em sua conta bancária.
Entenda toda a história da quebra de sigilo dos tucanos
Para o advogado de Amaury, Adriano Bretas, o indiciamento foi positivo. “Agora, as especulações a respeito dos fatos vão parar.Ele vai passar a ser investigado e vai ser esclarecido que ele não cometeu crime algum”, disse Bretas. O advogado afirmou que Amaury está sendo usado como “bode expiatório”.
Sobre o depoimento, o advogado informou que orientou Amaury a manter-se em silêncio com relação a perguntas que ele já esclarecera anteriormente. Como fizera no primeiro depoimento, o jornalista voltou a negar que tenha feito pagamento em troca dos dados fiscais dos tucanos.
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