O jornal O Globo deste domingo (1) revelou que duas pessoas, ainda não ouvidas pela Delegacia de Homicídios (DH) do Rio de Janeiro, testemunharam a execução da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, em 14 de março. Segundo a reportagem do jornal, as versões das duas testemunhas, que não se conhecem e foram ouvidas separadamente, são idênticas. Nenhuma delas disse ter visto um segundo carro na emboscada.
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As duas testemunhas estavam a cerca de 15 metros do local onde ocorreu o crime, de acordo com a reportagem. Elas afirmam que o carro em que estavam a vereadora, o motorista e uma assessora parlamentar – que sobreviveu ao crime – foi fechado por um Cobalt prata, em uma curva em direção ao bairro da Tijuca, e quase subiu na calçada.
Quando o veículo de Marielle reduziu a velocidade, o passageiro que estava sentado no banco traseiro do Cobalt abriu a janela escurecida por película, apontou uma pistola de cano longo e efetuou os disparos. O som, dizem as testemunhas, foi abafado. Em seguida, o Cobalt saiu cantando pneus em direção à rua Joaquim Palhares.
Localizadas por O Globo, as testemunhas afirmaram que os policiais do 4º Batalhão da Polícia Militar (BPM) pediram para que todos os que estavam no local se afastassem, com exceção da assessora sobrevivente. Uma das testemunhas diz que alguns agentes orientaram que todos fossem para casa “procurar o que fazer”.
“Foi tudo muito rápido. O carro dela [Marielle] quase subiu a calçada. O veículo do assassino imprensou o carro branco”, disse uma das testemunhas, que também afirmou ter visto o braço do atirador, que estava no banco de trás. “O homem que deu os tiros estava sentado no banco de trás e era negro. Eu vi o braço dele quando apontou a arma, que parecia ter silenciador”, afirmou à reportagem do jornal.
Já a outra testemunha disse que não conseguiu ver as pessoas que estavam no carro de onde partiram os disparos. A pessoa afirmou que não sabia o que fazer e chegou a ficar por alguns minutos no local. “Os PMs mandaram as pessoas irem para casa. Disseram para procurarmos o que fazer. Vi os policiais comentando que era uma vereadora. Liguei para a minha família, que mandou eu sair de lá, com receio que eu também me complicasse. Fiquei com medo e desisti de falar o que vi”, disse a segunda testemunha, que corroborou a fuga do carro pela rua Joaquim Palhares.
Sem respostas
Dezoito dias após o crime, as autoridades policiais do Rio ainda não têm respostas concretas sobre a execução da vereadora e de seu motorista. Na quarta-feira, em entrevista ao canal por assinatura GloboNews, o secretário de Segurança geral, Richard Nunes, disse que as investigações caminham, inegavelmente, para um assassinato com motivações políticas.
<< Leia a íntegra da reportagem de O Globo
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