O ESTADO DE S. PAULO
Maior evento do papa muda por falha no planejamento
Campus Fidei, em Guaratiba, virou lamaçal por causa das chuvas • Vigília e missa são transferidos para Copacabana • Ontem à noite, pontífice apelou aos fiéis para que se voltem à espiritualidade
O lamaçal em que se transformou o Campus Fidei – área onde seriam realizadas a vigília e a missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude, em Guaratiba – levou os organizadores e a prefeitura do Rio a transferir os eventos para Copacabana. A mudança, provocada pela chuva, obriga a prefeitura do Rio a reorganizar as estruturas de transporte, segurança e atendimento médico. Duas etapas da programação mudaram: a peregrinação foi cancelada e a vigília prevista para a noite inteira entre sábado e domingo será interrompida à noite, após a oração com o papa Francisco, e retomada pela manhã, para missa de encerramento. Esse foi o terceiro contratempo enfrentado pela organização. Houve erro de trajeto, que deixou o pontífice em congestionamento, e uma pane no metrô tumultuou o transporte.Ontem à noite, na Praia de Copacabana, o papa apelou aos fiéis para que se voltem à espiritualidade. Segundo os organizadores, havia 1 milhão de pessoas.
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Em discurso improvisado a um grupo de 5 mil argentinos, o papa pediu uma Igreja “barulhenta” que “saia às ruas” e depois desabafou em tom de crítica ao esquema de segurança no Brasil: “Como é ruim estar enjaulado”.
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‘Não desanimem na luta anticorrupção’
Em visita à favela da Varginha, o papa disse que o esforço de pacificação do governo do Rio não será uma solução duradoura enquanto os problemas sociais não forem atacados. Num discurso político e enfático, o papa ainda convocou os jovens a continuar a protestar contra a corrupção e – por mudanças no Brasil. “A realidade pode mudar”, disse. “Não desanimem.”
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O GLOBO
Jornada Mundial da Juventude – Lamaçal impede vigília e missa, na maior falha de organização
Prefeitura não revela total gasto na preparação do Campus Fidei, que receberia 2 milhões de fiéis
Em nova missa da Jornada Mundial da Juventude, ontem, em Copacabana, sistema de transporte voltou a apresentar problemas. Público enfrentou número de ônibus insuficiente, filas nas estações do metrô e taxistas cobrando corridas no tiro
A prefeitura e a organização da Jornada Mundial da Juventude anunciaram ontem a transferência das celebrações que aconteceriam em Guaratiba, na Zona Oeste, para a Praia de Copacabana. Por causa da chuva dos últimos dias, o aterro sobre o mangue do Campus Fidei, que vinha sendo preparado desde o ano passado para receber dois milhões de pessoas, não resistiu e virou um imenso lamaçal. Foi a terceira e pior falha da visita do Papa Francisco ao Rio, até agora: na chegada à cidade, ele acabou engarrafado no Centro, e a abertura do evento foi marcada pelo caos nos transportes. Para o vice-presidente do comitê organizador, dom Paulo Cesar Costa, manter os eventos em Guaratiba seria irresponsável. Ninguém esclarece quanto foi gasto no Campus Fidei, onde eram finalizados um palco de 75 metros de largura, 15 postos médicos, 4.400 banheiros e 52 torres de som. Poucos ônibus, filas no metrô e cobranças abusivas nos táxis marcaram a missa de ontem em Copacabana.
Praia vira o principal altar do Papa durante a Jornada
Palco de festas de réveillon e shows de rock históricos, a Praia de Copacabana acabou transformada no principal altar papal da Jornada Mundial da Juventude. Durante cinco dias, sendo quatro consecutivos, o lugar terá recebido três missas, uma vigília e a representação da Via Sacra. O prefeito Eduardo Paes pediu compreensão aos moradores pelos transtornos de última hora. Durante a Missa da Acolhida, o Papa Francisco foi recebido ontem como astro pop.
A tristeza de Guaratiba
Como no filme “O banheiro do Papa’, a esperança de bons negócios que seriam proporcionados pela visita de Francisco cedeu lugar à frustração entre os vizinhos do enlameado e descartado Campus Fidei.
Para papa, só a pacificação não basta
Em visita à Favela de Varginha, em Manguinhos, ele também pregou que os jovens não desanimem diante de notícias de corrupção.
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FOLHA DE S. PAULO
Nova falha de organização muda roteiro de Francisco
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Os casos de homicídio doloso, com a intenção de matar, caíram 10% em junho, interrompendo a escalada desse crime no Estado de São Paulo
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Mônica Bergamo
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CORREIO BRAZILIENSE
A apoteose de Francisco
Nem a chuva nem o frio impediram que mais de 1,5 milhão de fiéis lotassem a orla de Copacabana para ver e ouvir o papa. Foi um dia de agenda cheia. E dos mais contundentes discursos de Francisco desde que chegou ao país na segunda-feira. Ao visitar a comunidade da Varginha, ele criticou o programa de pacificação das favelas no Rio. Afirmou que nenhum esforço será duradouro se uma sociedade “abandona na periferia parte de si mesma”. Cobrou sensibilidade dos endinheirados e dos governantes. “Ninguém pode permanecer insensível às desigualdades.” Pediu que a Igreja saia às ruas para não correr o risco de virar uma ONG. E conclamou os jovens a não se abaterem diante da corrupção e das injustiças sociais. “Nunca desanimem” disse. “A realidade pode mudar, o homem pode mudar.”
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