Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Joaquim Barbosa, 59 anos, declarou nesta terça-feira (1º) que se aposenta com “alma leve” e que não tem interesse em seguir carreira na política. Ele participou hoje da última sessão como ministro do STF. Saiu antes do fim da sessão e não fez pronunciamento de despedida em plenário.
Barbosa não pode se candidatar nas eleições deste ano porque não se filiou a um partido e nem deixou a magistratura dentro do prazo previsto em lei. Figura com números significativos em pesquisas de intenção de voto.
“A partir do dia em que for publicado o decreto da minha aposentadoria, serei um cidadão como outro qualquer, livre para tomar as posições que eu entender necessárias e apropriadas. A política não tem na minha vida essa importância toda, a não ser como objeto de estudos e reflexões. Eu não tenho esse apreço todo pela política no dia a dia. Isso não tem grande interesse para mim”, disse Barbosa.
Joaquim Barbosa disse deixar o STF com a sensação de “cumprimento do dever”. Segundo ele, é importante que os brasileiros se conscientizem da importância do cumprimento da legislação. “Esse é o norte principal da minha atuação: pouca condescendência com desvios, com essa inclinação natural a se contornar os ditames da lei, da Constituição”.
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Sucessor
Barbosa afirmou que não vai sugerir indicação do seu sucessor à presidenta da República Dilma Rousseff (PT). “Faço questão de dizer que não estou dando nenhum conselho à presidente da República, que é quem escolhe, mas penso é que, em primeiro lugar, um membro do STF tem que ter como característica fundamental ser um estadista ou ser um estadista em gestação que vá se aprimorar aqui dentro. O caráter da pessoa escolhida é também muito importante”, disse Barbosa, acrescentando que o sucessor não pode ser vinculado a grupos.
PublicidadeJoaquim Barbosa foi o primeiro negro a assumir a presidência da corte. Ele anunciou a aposentadoria um mês atrás. Poderia permanecer no STF até 2024, quando completará 70 anos — idade-limite para magistrados deixarem o cargo. Ele atuou como relator do processo do mensalão do PT.
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