Na visão do especialista, a “internet grátis” que Dilma e Zuckerberg pretendem trazer ao país nada mais é do que uma internet “capenga”, restrita a alguns serviços escolhidos por empresários interessados, e não a internet em si, com todo seu potencial, livre e irrestrita.
Leia também
“Trata-se de um projeto que visa controlar o acesso dos indivíduos, liberando apenas sites escolhidos e aplicações definidas por terceiros, impedindo o acesso realmente livre e reduzindo a internet que uma parte considerável do mundo acessa – em especial os mais pobres – um ambiente controlado e restrito”, considera o blogueiro, em artigo escrito para o Congresso em Foco.
Mestre em Comunicação e doutorando em Direitos Humanos, Raphael observa que o acordo anunciado na última sexta-feira pela presidenta, durante encontro com Zuckerberg no Panamá, indica o caminho que ela pretende seguir em relação à regulamentação da neutralidade da rede, princípio básico do marco civil pelo qual os provedores de conexão não podem oferecer aos usuários pacotes com serviços diferenciados (só com email, ou apenas com acesso a redes sociais, por exemplo). “Periga ser o de vetar completamente a neutralidade em prol de iniciativas danosas ao consumidor e liberar a prática do ‘zero rating’”, observa.
Essa prática, que deveria ser combatida pela nova legislação, já é comum e disseminada no Brasil, explica Raphael. Por meio dela, empresas brasileiras de telefonia permitem, por exemplo, acesso do usuário ao Whatsapp ou ao Facebook, mas cobram pela conexão que sai desses aplicativos, como uma página qualquer enviada na forma de link. Para ele, ainda há outro grave problema: o governo abrir mão da sua obrigação de garantir a internet para todos e repassar essa tarefa para uma grande empresa privada, que se guia pelo lucro. “Um grande problema, porém, é a virtual terceirização da obrigação de garantir internet para todos, o Facebook tem o objetivo claro de não apenas lucrar, mas também aumentar sua penetração no mercado brasileiro e, claro, criar parcerias vantajosas com empresas de telecomunicação locais”, critica.
Leia a íntegra do artigo de Raphael Tsavkko Garcia
Publicidade
Então, Raphael. O que eu acho é que não existe um lado ruim para esta história, por mais que a internet seja 2g, que funcione igual a rede discada, sendo de graça e o pobre tendo o mínimo de acesso ao conteúdo digital, qual seria o problema? Isto nunca seria substituto ao que temos hoje.
Hipocrisia desse Raphael. Não existe almoço de graça. É preferível estar nas mãos de empresas privadas, onde quem paga são só os que querem e podem, do que nas mãos do governo, onde todos pagam, mesmo os menos abastados que nem utilizam internet, que pagarão para os que podem e usam.
Ou seja, você prefere que o pobre acesse só o que o Facebook permitir, enquanto você – que pode pagar – acessa a tudo? Democracia mandou um beijo.
Ou seja, você quer que o pobre que não tem nem para comer pague para que o rico possa acessar tudo?
Pô! Depende do ponto de vista que você interpreta um comentário.
Escola mandou um beijo!
Não, eu quero e exijo que pobres e ricos tenham o MESMO acesso à internet e não que o pobre fique com uma internet capenga porque uma empresa e um governo falido querem. Entendeu ou quer que desenhe?;-)
Bem, hoje os pobres (aqueles que têm condições) e os ricos já têm o mesmo acesso capenga. Mas como comentei, não existe almoço de graça. Para o pobre ter acesso a boa internet, primeiro faz-se necessário que ele tenha acesso a trabalho, e com salário digno.
Numa coisa parece concordamos, esse governo é um governo falido. É a novidade em termos de modelo de governo: “Presidencialismo Parlamentarista!”
internet boa mesmo é a da vivo, da claro, da oi, da tim…
Um lixo, todas elas, e não há nenhum cenário de melhora enquanto permanecer a relação promíscua entre poder público e empresas privadas e esse acordo com o Facebook ilustra o problema.
Raphael Tsavkko Garcia vai da o seu rabo .
De graça? Quem é o produto? O dono do facebook sabe muito bem que de graça o produto é o cliente. Populismo ignorante!
O termo “de graça” não é apenas enganador por tudo que coloque – internet controlada, vigiada, limitada e mesmo ilegal diante do MArco Civil -, mas também porque o Facebook irá aumentar sua presença no mercado, e com isso lucrar, logo, estamos pagando de alguma forma, ainda que não monetariamente.