O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, suspendeu há pouco a prisão preventiva do banqueiro Daniel Dantas decretada ontem (10) pela Justiça Federal em São Paulo. É a segunda vez nesta semana que o magistrado livra da cadeia o dono do Banco Opportunity, acusado de chefiar um bilionário esquema de movimentações financeiras ilícitas.
Ontem, o juiz federal da 6ª Vara Criminal Federal, Fausto Martins De Sanctis, determinou a recondução de Dantas à carceragem da Suprintendência da Polícia Federal, na capital paulista. Na justificativa, De Sanctis alegou que documentos apreendidos em buscas foram determinantes para o mandado de prisão. Além disso, segundo o juiz, uma testemunha teria reforçado a tese de "ligação entre o preso e a prática do crime de corrupção (suborno) contra um policial federal que participava das investigações".
A recondução de Dantas à cadeia foi determinada 11 horas depois de Gilmar Mendes ter concedido, na quarta-feira (9), um habeas corpus libertando o banqueiro. Daniel Dantas presta depoimento neste instante na Superintendência da PF em São Paulo.
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A Operação Satiagraha, que teve incício após a eclosão do escândalo do mensalão, levou à cadeia figurões da economia nacional, como Dantas e o investidor Naji Nahas, além do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta. Como este dois últimos foram soltos ontem por Gilmar Mendes, beneficiados pela extensão do habeas corpus concedido a Dantas, os três agora estão livres.
Além dos três supracitados, 17 pessoas foram presas, dos 24 mandados de prisão expedidos – entre eles um para o ex-deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) – e 56 ordens de busca e apreensão. Contudo, boa parte delas já está fora da cadeia. Os agentes da PF investigam possíveis crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas, gestão fraudulenta, formação de quadrilha e tráfico de influência para a execução de movimentações financeiras com informações privilegiadas. (Fábio Góis)