Lúcio Funaro, apontado como operador das propinas do PMDB, saiu na tarde desta terça-feira (19), do presídio da Papuda, em Brasília, para cumprir prisão domiciliar. Em audiência no início da manhã de hoje, a 10ª Vara da Justiça Federal autorizou o regime domiciliar a Funaro, que por falta de tornozeleiras eletrônicas do Distrito Federal e em São Paulo, terá de comprovar que está em casa por imagens de câmera de segurança instaladas em sua casa.
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O próprio Funaro será o responsável pela instalação das câmeras em sua casa, no interior de São Paulo. Uma relação de visitantes deve ser entregue semanalmente por Funaro à Justiça Federal e o equipamento deve ser instalado até o dia 2 de janeiro. O Ministério Público Federal (MPF) deve ter acesso às imagens 24h por dia. As câmeras deverão estar nas quatro entradas da fazenda em que Funaro cumprirá a prisão domiciliar e em um ponto fixo da casa. O juiz não permitiu que Funaro receba amigos em sua casa, e ele só poderá receber familiares, funcionários, um vizinho e médicos.
O juiz Vallisney de Souza Oliveira queria que Funaro cumprisse a prisão domiciliar em Brasília, mas a defesa de Funaro contestou. O operador do PMDB afirmou temer por sua segurança.
Preso desde julho de 2016, Funaro firmou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR) no fim de agosto deste ano, que foi homologada em 5 de setembro, poucos dias antes do fim do mandato de Rodrigo Janot no comando do Ministério Público. Em seus depoimentos, Funaro incriminou diversos peemedebistas, inclusive o presidente Michel Temer. Parte de sua delação foi usada para robustecer a segunda denúncia contra Temer, em meados de setembro. Um trecho do vídeo do depoimento de Funaro ao MPF chegou a ser exibido em uma das reuniões da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara que analisava a segunda denúncia contra Temer.
Funaro acusou Temer de atuar em favor de empresas portuárias e de receber propina do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, preso em Curitiba desde outubro do ano passado. Cunha seria um “banco de corrupção de políticos”, de acordo com a delação do operador.
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