Reportagem da Folha de S.Paulo de hoje aponta que a gestão de Henrique Pizzolato na diretoria de Marketing do Banco do Brasil estava sob suspeita desde o final de 2003. Na época, os controles internos do BB apontaram “vulnerabilidades” nos procedimentos da diretoria e “inconsistências” na forma de trabalho.
Pizzolato foi indicado para a diretoria do BB na cota petista. Comandou uma diretoria hoje sob suspeita de estar envolvida no esquema de repasse de dinheiro público para o caixa dois do PT. O alerta dos técnicos serviu de base para auditoria realizada no primeiro semestre de 2004 e encerrada em junho. No início de setembro daquele ano, foi encaminhada ao Conselho Diretor do banco uma nota conjunta listando oito modificações que deveriam ser adotadas na liberação dos recursos da Visanet.
Entre o primeiro sinal de alerta dos controles internos do BB, no final de 2003, e a aprovação das mudanças pelo Conselho Diretor, no entanto, foram antecipados R$ 44,1 milhões para a DNA sem nenhuma vinculação direta a campanhas ou projetos de marketing específicos. Em 2003, já tinham sido liberados R$ 29,8 milhões. No total, a empresa recebeu entre 2003 e 2004 R$ 73,9 milhões.
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Nesse período também houve a polêmica compra de ingressos para o show da dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano cuja finalidade era arrecadar recursos para construção da sede do PT. O dinheiro usado, R$ 70 mil, também pertencia ao fundo da Visanet criado para financiar ações de divulgação de cartões de crédito. O episódio, em julho de 2004, levou o então presidente do BB, Cassio Casseb, a pedir a demissão de Pizzolato. Ele não conseguiu e deixou o cargo meses depois.
Ex-diretor não decidia sozinho, afirma advogado
O advogado do ex-diretor do BB, Mário de Oliveira Filho, disse que não tem “cabimento” a informação de que Pizzolato esteja intimidando quem quer que seja. “Isso é uma besteira. A única pessoa com quem ele tem contato sou eu”, declarou.
Segundo ele, Pizzolato nunca foi informado sobre nenhuma auditoria que tenha “apontado falcatrua ou irregularidade” na sua gestão. Disse ainda que Pizzolato nunca concordou com a liberação antecipada de recursos para agências, que ele foi o responsável pela mudança no procedimento e que todas as ações na diretoria foram aprovadas por um comitê composto por vários funcionários. Segundo Oliveira Filho, Pizzolato já recebia a definição das campanhas e destinação dos recursos da diretoria de varejo.
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