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Apesar do favoritismo, o cenário ainda está indefinido. Os oposicionistas tentam evitar que Agaciel saia vitorioso e atuam para emplacar o deputado Joe Valle (PDT). O desfecho do embate está previsto para esta quinta-feira (15), às 10h, quando os 24 deputados distritais elegerão a Mesa Diretora.
Agaciel tem experiência de gestão e nos bastidores afirmam que, caso esteja à frente da Casa, ele deve tocar o projeto da TV Legislativa, já que sempre defendeu a criação do canal.
Por 14 anos, o deputado foi o diretor-geral do Senado (1995 a 2009), quando estreitou laços com políticos e tornou-se uma espécie de referência para os senadores em termos de confiança e articulações. Agora, ele é apontado como articulador político e fiel escudeiro do governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg. Híbrido, o ex-diretor do Senado conseguiu apoio também da bancada do PT na Câmara Legislativa. O político conta, no entanto, com resistência do grupo que se opõe ao governo, liderado pela presidente afastada da Casa, Celina Leão (PPS).
Homem Forte
Agaciel conhece os bastidores da gestão política e econômica. A biografia dele no Legislativo começou em 1984, quando ingressou no Senado como datilógrafo, sem ter feito concurso público. Com o “trem da alegria” promovido pela Constituição, acabou sendo incorporado aos quadros da Casa. Em 1995, conduzido pelo senador José Sarney (PMDB-AP), então presidente do Senado, assumiu uma série de funções na Diretoria-Geral do Senado até ser nomeado o chefe da área.
Agaciel foi o pivô do escândalo dos atos secretos no Senado em 2009. À época, era considerado o 82º senador. Na Justiça, ele é suspeito de manter sob sigilo nomeações de apadrinhados políticos e concessões de benefícios. Também há suspeitas de que ele tenha escondido atos assinados por Sarney, mantido um gabinete secreto e ocultado patrimônio – inclusive uma mansão avaliada em R$ 5 milhões.
Além de uma sala secreta, alguns itens curiosos foram encontrados no gabinete de Agaciel na época, como um cofre de aço Pavani com mais de 1 metro de altura escondido dentro de um armário. Para ligar seu gabinete à sala secreta, o então diretor mandou construir uma escada, também escondida. O espaço, com cerca de 130 metros quadrados, tinha sofá, banheiro, tapetes vermelhos, luz especial, frigobar, equipamentos de som, vídeo e telão. No local, após a saída de Agaciel, foram encontrados revistas e vídeos eróticos, como um que tinha o título “Tardes molhadas”, conforme revelou a Revista Época na ocasião.
De acordo com reportagens publicadas na época em que Agaciel deixou o Senado, funcionários contaram que muitos parlamentares eram gratos ao então diretor-geral porque ele autorizava até tratamentos estéticos – cirurgias plásticas, implantes de cabelo e Botox – pelo plano de saúde da Casa.
O Supremo Tribunal Federal arquivou um inquérito em que o deputado era alvo de investigações por indícios de compra e venda de imóvel com valor declarado desproporcional ao valor original. A suspeita era de crime contra a fé pública e falsidade ideológica. Porém, o ministro Gilmar Mendes arquivou a ação por ausência de provas.
Atualmente, Agaciel é o presidente da Comissão de Orçamento e Finanças da Câmara Legislativa e sabe como lidar com os colegas distritais – do governo e da oposição. Segundo assessores da Câmara Legislativa, ele tem bom domínio do processo legislativo. No ano seguinte às denúncias sobre os atos secretos, após ser afastado da diretoria do Senado, Agaciel decidiu se candidatar como deputado distrital e elegeu-se em 2010. Em 2014 conseguiu se reeleger.
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