A presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje (14) que o governo vai enfrentar os problemas da superlotação dos pronto-socorros e da falta de leitos nos hospitais brasileiros. Em seu programa semanal de rádio, Dilma destacou o lançamento dos programas “SOS Emergências” e “Melhor em Casa”.
“O ‘SOS Emergências’ vai permitir que a população seja atendida com mais rapidez e qualidade nas urgências dos hospitais”, afirmou a presidenta. O programa de gestão hospitalar vai começar em 11 hospitais de referência em nove capitais. A iniciativa será integrada ao programa ‘Saúde Toda Hora’, que receberá R$ 18,8 bilhões em investimentos até 2014.
O “Melhor em Casa” prevê a contratação de mil equipes de atenção domiciliar e outras 400 equipes de apoio, com investimentos de R$ 1 bilhão nos próximos três anos. O objetivo é evitar internações de pessoas que podem ser tratadas em casa, garantindo a “segurança e o cuidado do hospital no conforto do lar”, a exemplo do chamado “home care”, adotado pela rede privada de saúde.
Confira a íntegra do Café com a Presidenta:
“Apresentador: Presidenta, a senhora lançou, na semana passada, duas ações do governo na área de saúde: o SOS Emergências e o Melhor em Casa. Qual a importância destes programas?
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Presidenta: Olha, Luciano, esses dois programas são muito importantes. Estamos, com eles, dando mais um passo para melhorar a qualidade da saúde pública e aumentar a eficiência do atendimento do Sistema Único de Saúde, o nosso SUS. Com o SOS Emergências e o Melhor em Casa, vamos enfrentar, com coragem, dois dos principais problemas da saúde pública: a superlotação nos prontos-socorros e a falta de leitos nos hospitais. O SOS Emergências, sabe, Luciano, vai permitir que a população seja atendida com mais rapidez e qualidade nas urgências dos hospitais. Já o Melhor em Casa é um serviço de atendimento médico domiciliar, que vai evitar as internações para aquelas pessoas que podem receber o tratamento em casa.
Apresentador: Bom, agora vamos falar de um programa de cada vez. O SOS Emergências vai reduzir a espera nos prontos-socorros?
Presidenta: Olha, Luciano, esse é o nosso objetivo. Nossa ação para melhorarmos os prontos-socorros vai começar por 11 hospitais de referência, em nove capitais. Até 2014, Luciano, nós vamos chegar a 40 emergências atendidas em todos os estados da Federação. Para esse programa dar certo, precisamos melhorar a gestão dos hospitais e o treinamento das equipes. E, para isso, vamos contar com a parceria dos melhores hospitais do país, aqueles que são chamados de hospitais de excelência. Mas a gente sabe que não se resolve o problema da qualidade do atendimento somente melhorando os prontos-socorros. Então, Luciano, o SOS Emergências estará integrado a outras ações do programa Saúde Toda Hora, que prevê investimentos de R$ 18,8 bilhões até 2014. Esses recursos vão para a rede do SAMU, para as UPAs 24 Horas, que são as Unidades de Pronto-Atendimento. Também serão utilizados para ampliação de leitos de UTI, para os serviços de atenção básica e no programa de atendimento médico domiciliar, o nosso Melhor em Casa.
Apresentador: E sobre o Melhor em Casa, presidenta, ele é parecido com o que chamam de ‘Home Care’, da rede privada?
Presidenta: A ideia é muito parecida. Oferecer a segurança e o cuidado do hospital no conforto do lar, onde o paciente terá o carinho da família e menor risco de infecções. Por isso ele chama Melhor em Casa. Hoje, o atendimento domiciliar já é adotado, como você sabe, na rede privada de saúde; e também temos algumas experiências municipais muito bem sucedidas. Nós então, Luciano, decidimos oferecer o tratamento domiciliar para humanizar o serviço público de saúde. Esse projeto é ainda mais positivo para os idosos, principalmente com o aumento da expectativa de vida no país. Nós vamos atender, em suas próprias casas, os doentes crônicos, os pacientes que estão em recuperação de cirurgias e as pessoas em processo de reabilitação motora. Para implantar esse programa, Luciano, nós vamos investir R$ 1 bilhão até 2014. Serão contratadas mil equipes de Atenção Domiciliar, e mais 400 equipes de apoio. Os governos estaduais e as prefeituras serão nossos queridos parceiros, porque um programa dessa dimensão, ele precisa de uma ação integrada. Eles é que vão selecionar, contratar e coordenar o trabalho das equipes do Melhor em Casa. Quando as mil equipes estiverem habilitadas, nós vamos conseguir atender 60 mil pacientes em suas casas, em todo o Brasil. Agora, tem uma coisa importante, os médicos dos hospitais vão indicar o tratamento domiciliar dependendo do caso de cada paciente. Mas opção de aderir ao programa será sempre do paciente e de sua família. Porque você sabe, não é, Luciano, há famílias que têm condições de receber os pacientes em casa, e outras famílias, infelizmente, não têm.
Apresentador: Presidenta, nosso tempo chegou ao fim.
Presidenta: Queria lembrar só mais uma coisa sobre o nosso Sistema Público de Saúde. O Brasil, Luciano, é o único país do mundo com mais de 100 milhões de habitantes que assumiu o desafio de ter um sistema universal, público, gratuito e, que nós queremos, de qualidade. Dos 190 milhões de brasileiros, 145 milhões dependem do SUS, veja só. Sabemos que é uma tarefa enorme, mas nós vamos enfrentar esse desafio, Luciano, porque os brasileiros e as brasileiras merecem uma saúde de qualidade.
Apresentador: Presidenta, muito obrigado por mais esse Café.
Presidenta: Muito obrigada a você. E um bom-dia para todos aqueles que nos acompanharam até agora!”
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