A candidata à Presidência da República do PT, a atual presidente Dilma Rousseff, defendeu nesta quarta-feira (30) a atuação de seu governo na área econômica e criticou o pessimismo em relação à situação financeira do país. “Não nos deixemos arrastar por essas avaliações pessimistas, sem considerar os fundamentos da economia”, afirmou ela a uma plateia de empresários, que a sabatinaram na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.
“A pior coisa é o pessimismo. Fluxos econômicos são extremamente sensíveis às expectativas positivas e negativas”, alertou a presidenta. As afirmações dela foram antecedidas de críticas de seus adversários horas antes, nas sabatinas anteriores feitas na CNI.
O senador Aécio Neves (PSDB) chegou a dizer que, pior que a derrota de 7 a 1 da seleção brasileira na Copa, será o governo de Dilma terminar com inflação de 7% e crescimento do PIB de apenas 1%. Já Eduardo Campos (PSB) condenou as alianças políticas dos tucanos e petistas com figuras como os senadores José Sarney (PMDB-AP), Renan Calheiros (PMDB-AL) e Fernando Collor (PTB-AL)., que, por sua vez, culpou os petistas pela atual situação econômica do país.
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Em comum, os três fizeram o discurso que agrada ao empresariado brasileiro. Dilma, Aécio e Campos reconheceram ser preciso reduzir a carga tributária e prometeram empenho para fazer reforma no sistema de impostos. Os oposicionistas disseram que fariam isso logo no início de seu governo.
Dilma afirmou que, se não conseguir aprovar a reforma no Congresso, vai continuar fazer “em partes” com desonerações gradativas. “Nós daremos prioridade, como sempre demos, à reforma tributaria”, disse a presidente. “Mas iremos perseguir essa reforma mesmo quando a conjuntura não for favorável.”
Santander
A candidata à reeleição voltou a condenar previsões pessimistas da economia, como a feita pelo banco Santander em um boletim enviado a seus clientes. Ela considerou a existência da “tentação de realizar profecias em períodos eleitorais, que têm forte conteúdo político”. Dilma rejeitou previsões negativas feitas no passado, como a de um racionamento de energia.
E disse que, hoje, as condições econômicas são melhores do que as de 2002, último ano do governo de Fernando Henrique (PSDB). Citou como exemplo as reservas cambiais em dólares e a taxa de juros, hoje fixada em 11% ano ano, “a menor da história recente”.
“Estamos construindo uma base sólida. Vamos entrar no novo ciclo. Construímos as bases”, prometeu Dilma.
BNDES e crise
A presidenta condenou os críticos da política de crédito do seu governo. Para ela, as queixas ecoam no “passado”.“Críticas a investimentos do BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] se originam dos mesmos que combatem a existência da política industrial”. Dilma defendeu a manutenção dos subsídios aos investimentos.
Parte dos empréstimos é feita com dinheiro público, às vezes, até em benefício de governos estrangeiros como mostrou o Congresso em Foco.
Dilma disse que seu governo tomou medidas para enfrentar a crise financeira mundial a partir de 2008. Mas disse que “talvez seja ainda” para comemorar o fim do problema. Entre as medidas anti-crise, mencionou a redução de impostos na folha de pagamento para 56 setores da economia, a redução provisória do IPI para automóveis, linha branca, móveis e materiais de construção e a ampliação do Simples Nacional.
Veja o que andam falando sobre eleição e as sabatinas na CNI
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