A presidente Dilma Rousseff disse na manhã desta segunda-feira (18) que a construção de cinco submarinos e estaleiros navais vai gerar 46 mil empregos, diretos e indiretos. “Somente as obras de construção do estaleiro e da base naval vão garantir mais de 9 mil empregos diretos e outros 27 mil empregos indiretos. E na fase de construção dos submarinos, a previsão é de 2 mil empregos diretos e 8 mil indiretos”, afirmou ela, no programa de rádio “Café com a presidenta”.
No sábado (16), ela inaugurou oficialmente a construção dos submarinos, sendo um deles nuclear. Pelo acordo com a França, o Brasil pagará R$ 6,7 bilhões, mas terá a tecnologia para aprender a construir os próprios equipamentos. Os primeiros quatro submarinos entram em operação em 2017. Depois, começa a construção do nuclear.
O Brasil ainda construirá um estaleiro e uma base naval para ancorar as embarcações. A obra deve ficar pronta em 2014.
Dilma lembrou no programa de rádio que 36 mil itens produzidos por 30 empresas brasileiras vão abastecer a produção dos submarinos. “A fabricação desses produtos vai exigir mão de obra qualificada, e aí entra mais uma vantagem”, disse a presidente.
Para o programa de submarinos, foi criada a Itaguaí Construções Navais (ICN), uma parceria entre o governo federal, a construtora Norberto Odebrecht e os franceses. A ICN é formada pela francesa Direction des Constructions Navales et Services (DCNS), a Odebrecht e a Marinha do Brasil, que tem, segundo a assessoria da Presidência, direito de veto sobre a atuação da empresa.
Leia também
Leia a íntegra do programa de hoje
PublicidadeApresentador: Olá, eu sou o Luciano Seixas e a partir de agora você acompanha o Café com a Presidenta, o nosso encontro semanal com a presidenta Dilma Rousseff. Bom dia, presidenta!
Presidenta: Bom dia, Luciano! Bom dia a todos os ouvintes que nos acompanham nesta manhã!
Apresentador: Presidenta, a senhora abriu, no Rio de Janeiro, a quinta edição dos Jogos Mundiais Militares, é o maior evento esportivo militar do mundo. Podemos dizer que é a uma preparação para a Copa, em 2014, e as Olimpíadas, em 2016?
Presidenta: Olha, Luciano, podemos dizer, sim. Além de ser o maior evento esportivo militar, é o terceiro maior evento esportivo do mundo – depois das Olimpíadas e da Copa. Por isso, é sim uma preparação para a Copa e para as Olimpíadas, que vão se realizar no Brasil. Os Jogos Mundiais Militares estão reunindo, nesta semana no Rio de Janeiro, mais de 6 mil atletas, vindos de 113 países. Por isso, construímos e reformamos centros esportivos onde vão ocorrer provas de 20 modalidades, como atletismo, o judô, a natação, o vôlei, por exemplo. Montamos uma estrutura de primeira qualidade, tudo para garantir as melhores condições para os atletas e para receber bem os turistas que vão acompanhar as competições. Temos certeza de que eles vão levar do Brasil a lembrança de um povo que sabe acolher com alegria, e de um país que investe a acredita no esporte. E o lema que encontramos para os jogos deste ano é muito representativo desse espírito do brasileiro – são os Jogos da Paz.
Apresentador: Mas para que tudo isso estivesse pronto foi preciso trabalhar duro, não é, presidenta?
Presidenta: Foi sim, Luciano, foi um esforço que exigiu a união de forças civis e militares, que trabalharam juntas para erguer os centros esportivos e três vilas, com apartamentos onde ficarão os atletas. Só na construção dessas vilas, geramos mais de 7 mil empregos diretos. Ao todo, estamos gerando, em todas essas obras, mais de 25 mil empregos.
Apresentador: Agora, mudando um pouco de assunto, a senhora também participou, no fim de semana, da cerimônia de início da fabricação de cinco submarinos brasileiros, em Itaguaí, no Rio de Janeiro. É uma parceria com a França. Qual a vantagem para o Brasil?
Presidenta: Olha, Luciano, têm várias vantagens. A primeira, é que o Brasil passa a fazer parte do pequeno grupo de países que tem conhecimento e tecnologia para construir submarinos. A capacidade de produzir submarinos é fator estratégico, tanto para a defesa do país quanto para o crescimento econômico. Quando fizemos o acordo com o governo francês para a construção desses submarinos, em 2008, durante o governo do presidente Lula, uma das condições que colocamos foi a de que os profissionais brasileiros pudessem aprender com os franceses como se faz todo o submarino. Não queríamos apenas comprá-los, queríamos aprender a construir os submarinos construindo-os. E, depois de fazer quatro submarinos convencionais, a diesel, nós estaremos prontos para desenvolver, sozinhos, um submarino movido por energia nuclear.
Apresentador: E, com certeza, a indústria naval brasileira sai ganhando.
Presidenta: Não é apenas a indústria naval. Veja bem, cada submarino a ser fabricado no Brasil vai contar com mais de 36 mil itens, produzidos por 30 empresas brasileiras. A fabricação desses produtos vai exigir mão de obra qualificada, e aí entra mais uma vantagem: somente as obras de construção do estaleiro e da base naval, por exemplo, vão garantir mais de 9 mil empregos diretos e outros 27 mil empregos indiretos. E na fase de construção dos submarinos, a previsão é de que sejam criados em torno de 2 mil empregos diretos e 8 mil empregos indiretos permanentes.
Apresentador: Presidenta, a senhora falou que a construção dos submarinos é estratégica para a economia e também para a nossa defesa. O Brasil é conhecido por não se envolver em guerras, qual é, então, a importância dos submarinos?
Presidenta: Nós sabemos, Luciano, que o Brasil é um país pacífico, a paz e o diálogo sempre foram marcas nossas, e sempre teremos claro que é importante desestimular qualquer espírito de agressão. Mas, soberania é soberania, e ter o submarino é uma garantia de soberania. Porque a principal via de circulação do nosso comércio exterior é o mar. E não podemos nos esquecer do pré-sal, Luciano, uma riqueza incalculável que temos nos nossos mares e que precisa ser protegida como um tesouro. Esses submarinos vão nos ajudar a cuidar dessa riqueza.
Apresentador: O submarino nuclear torna mais eficaz essa patrulha?
Presidenta: Muito mais eficaz, Luciano. Ele é mais rápido que os submarinos a diesel, e pode ficar meses submerso, sem que ninguém saiba onde ele está. Isso dá uma vantagem enorme para a nossa defesa. Essa tecnologia que estamos desenvolvendo aqui é dominada por pouquíssimos países, somente a China, os Estados Unidos, a França, o Reino Unido e a Rússia detêm esse domínio. Em breve, o Brasil estará nessa lista.
Apresentador: Então, ficamos por aqui, presidenta. Até semana que vem!
Presidenta: Olha, Luciano, muito obrigado a você. Tchau!
Deixe um comentário