Recuperando-se de um acidente com uma mula neste fim de semana, o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), interrompeu o tratamento para votar a favor dos termos do Ofício 70/2017, por meio do qual o Supremo Tribunal Federal ratifica a decisão de sua Primeira Turma em relação ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), com medidas cautelares que incluem afastamento do mandato, e submete tal entendimento ao Senado. Assista à votação ao vivo.
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Por meio de suas redes sociais, Caiado deixou clara sua decisão sobre Aécio, , alvo de diversos inquéritos no STF e um dos principais investigados na Operação Lava Jato. “Sou um defensor do direito absoluto às instituições. Decisão judicial não cabe contestação. É para cumprir. Não compactuo com erros. Sou a favor do voto aberto e do respeito à decisão do STF”, escreveu o senador goiano, que havia desistido de participar da sessão plenária.
“Infelizmente, por causa dessa grave fratura não conseguirei ir [ao Senado]. Mas a minha ausência em nada ajuda o senador Aécio Neves. Quem precisa garantir a presença e ter o voto de 41 senadores é quem se defende”, acrescentou o parlamentar, com referência ao quórum mínimo exigido para rejeitar ou aprovar o ofício do STF (maioria absoluta). Durante a sessão, 65 senadores registraram presença.
Também afastado da presidência nacional do PSDB, Aécio foi denunciado ao STF por corrupção passiva e obstrução de Justiça, acusado de pedir e receber propina de R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, delator da JBS preso por violar os termos de sua delação premiada. Joesley gravou e divulgou a conversa com o senador, que emprega linguagem chula e xingamentos para criticar diversas autoridades.
Aécio está afastado de suas funções desde 26 de setembro, alvo de medidas cautelares como recolhimento domiciliar noturno e proibição de viagem ao exterior, além do afastamento. A votação secreta chegou a ser cogitada por aliados do tucano, mas o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a identificação do voto de cada senador. Preocupa tucanos o baixo quórum da sessão plenária – quanto mais baixo o número de presenças de senadores, pior para Aécio, uma vez que ele precisa de pelo menos 41 votos para se manter no posto.
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