Em entrevista a jornalistas estrangeiros, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alfinetou mais uma vez ao PT e insinuou que seus eleitores eram viciados em drogas.
Ao falar sobre a sua opinião contra a legalização das drogas, Cunha citou um vídeo satírico contra o PT. “O vídeo diz o seguinte: [o viciado] começa na maconha, passa para a cocaína e acaba votando no PT”, disse Cunha no evento destinado aos jornalistas estrangeiros. A coletiva foi concedida no hotel Windsor Guanabara, no Rio de Janeiro.
“Temos uma elite que quer a droga, mas não quer o traficante, e as duas coisas são insociáveis. O consumo de drogas é o fator gerador da venda. É óbvio que a liberação das drogas vai aumentar o consumo e estimular maior violência associada ao consumo”, defendeu Cunha.
O presidente da Câmara também disse que, com a sua gestão, o Poder Legislativo ganhou “autonomia”. “Nós mudamos esse paradigma de que a pauta tem que ser única e exclusivamente a pauta do Executivo”, declarou ele. “A oposição abriu mão de obstruir e passar a discutir e votar os temas. Esse é o conceito que estamos introduzindo. O Parlamento conseguiu mais de 30 votações de emendas constitucionais em duas semanas. Essas trinta votações são inéditas. Nunca houve, mesmo em um ano, 30 votações de emendas constitucionais”, complementou.
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Na entrevista, Cunha também criticou a política externa do atual governo e disse que a coalizão mantida pela base aliada à presidente Dilma foi para o CTI [Centro de Tratamento Intensivo]. “Não temos um presidencialismo de coalizão. Temos um presidencialismo de cooptação”, disse. “Esse parlamentar que votava para o governo, única e exclusivamente, para garantir sua emenda, não apenas nesse governo, mas em qualquer governo, hoje ele vota pela sua consciência”, complementou.
O presidente da Câmara também ratificou que dificilmente o PMDB manterá a aliança com o PT nas eleições de 2018. Conforme informou o Congresso em Foco nesta semana, a intenção do partido é lançar candidato próprio.
PublicidadeAlem disso, Cunha informou que a Comissão Especial do Pacto Federativo concluirá os trabalhos na semana que vem, e a primeira proposta de emenda à Constituição deve ser votada no próximo semestre. Segundo Cunha, “a emenda proíbe transmitir encargos para estados e municípios, sem os respectivos recursos. Esse é o primeiro sinal para acabar com o processo que existe hoje, de transferência de obrigações sem dar capacidade aos entes federados de sobreviverem”.
Ao afirmar que estados e municípios estão no caminho da falência, o deputado garantiu que se esforçará para que o pacto represente um reequilíbrio de forças entre os entes federados. “Ninguém pode gastar aquilo que não tem condições de fazê-lo, nem obrigação que não tenha como financiar. Claro que no tempo, a União, obviamente, terá que pagar alguma coisa. Hoje, no momento de crise, não dá para achar que vai resolver o problema de todos tirando da União. Mas, programadamente essas coisas podem ser corrigidas”, salientou.
Cunha também afirmou que a Câmara pretende realizar uma reforma tributária que, de acordo com ele, fará o país alcançar um orçamento realista. “Precisamos efetivamente saber que tributos teremos para financiar despesas. Há uma inversão de valores no Brasil. Aqui o orçamento é votado no último dia do ano, de forma que ninguém conhece, e não tem a mínima seriedade, porque ninguém o aplica. Essa forma de fazer política é errada”, na sua avaliação.
Com informações da Agência Brasil
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