“A despeito do que aconteça com a CDHM, já garantimos, na Câmara, o espaço das minorias estigmatizadas e dos movimentos sociais”, disse o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), após a criação da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos. “Não é fácil para quem atua na CDH romper a tradição da casa e criar um espaço paralelo de atuação”, completou a deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), que presidiu a comissão em 2011.
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Desde fevereiro, quando o PSC escolheu a CDH, Feliciano se tornou alvo de protestos nas redes sociais e na Câmara. Veio à tona a ação penal que enfrenta no Supremo Tribunal Federal (STF) por estelionato. Também surgiram vídeos com trechos de cultos na sua igreja. Em um deles, ele pede a senha do cartão de um fiel. Veio à tona também a contratação pelo seu gabinete de pastores da sua congregação.
Neste período, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), líderes partidários e integrantes do próprio PSC pediram que fosse revista a indicação de Feliciano para presidir a CDH. Ontem, por exemplo, ele foi enquadrado pela bancada do partido por causa de um vídeo criado por uma empresa de comunicação que tem entre seus clientes o próprio Feliciano. Hoje, Henrique Alves voltou a cobrar a saída dele da comissão. O peemedebista considera ruim para a imagem da Câmara ter o deputado do PSC como presidente de uma comissão.
O vídeo, intitulado “Pastor Marco Feliciano Renuncia”, contem ataques aos deputados da nova frente parlamentar e a defensores de direitos dos homossexuais. O filme, de quase nove minutos, classifica Wyllys e os deputados Erika Kokay (PT-DF) e Domingos Dutra (PT-MA) como “tendenciosos”, “agressivos”, “que visam à aprovação de leis como a legalização de entorpecentes, como a maconha” e à “liberalidade sexual, entre elas o casamento de pessoas do mesmo sexo”. Os três já anunciaram que vão recorrer à Justiça contra a divulgação do filme.
Aos colegas de bancada, Feliciano rejeitou ter sido o autor do vídeo. Disse que o filme foi publicado sem sua autorização e que não tinha conhecimento do conteúdo. Desde o início dos protestos contra sua eleição, o deputado do PSC tem dito ser vítima de perseguição religiosa. Pediu paciência e uma chance aos antigos integrantes da CDH e a pessoas ligadas a entidades de direitos humanos.
PublicidadeSua primeira sessão como presidente da CDH, na semana passada, foi marcada por protestos e bate-bocas entre deputados. Hoje, novas manifestações e mais discussões. Feliciano abriu a sessão, que foi fechada para jornalistas e manifestantes, e saiu depois de 15 minutos acompanhado por seguranças.
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