As informações constam da defesa prévia de Edilaira entregue à Justiça Federal do Paraná em um dos processos relacionados à Operação Lava Jato. Ela é acusada, junto com o marido, de ter cometido o crime de lavagem de dinheiro na compra desse imóvel. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a casa, que tem 601,20 metros quadrados, foi adquirida com dinheiro fruto do esquema de corrupção da Petrobras.
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Em sua defesa, a esposa de André Vargas afirmou que trabalha “desde os quinze anos de idade”. “A ré nasceu em uma família humilde, tendo começado a trabalhar antes mesmo de seus quinze anos, em princípio como babá, depois em pequenas lojas de bairro, em empresas, magazines e outros comércios varejistas.”
Em sua exposição, a defesa da esposa do ex-deputado federal alega que ela nunca esteve ligada a atividades ilícitas e que sempre obteve várias rendas. A primeira loja foi um mercado de R$ 1,99. Depois, ela adquiriu uma pequena loja de roupas e hoje vive da renda de pequenas vendas. “Atualmente, portanto, a renda da Ré se perfaz pelo lucro formal obtido pela sorveteria, pela venda dos produtos rurais do sítio e pela venda informal dos perfumes UP, sendo que é com tais valores que mantém a casa desde a prisão do réu André Vargas, com quem vive maritalmente”.
“A atividade formal da ré apenas foi suspensa no período em que sua mãe adoeceu (Alzheimer), ocasião em que investiu o dinheiro da venda da loja em negócios informais. Mesmo grávida e cuidando da mãe, a ré fez da sua casa o seu local de trabalho, criando equipes de mulheres para venda de roupas, perfumes e produtos Herbalife”, complementa a defesa.
O imóvel apontado pelo MPF como adquirido com dinheiro desviado da Petrobras foi sequestrado judicialmente no dia 10 de abril deste ano, quando Vargas foi preso. Apesar disso, Edilaira Soares continua morando no local após autorização da Justiça. Segundo o MPF, a suspeita do crime de lavagem de dinheiro surgiu quando houve diferenças entre os valores citados na compra do imóvel. À Receita Federal, os dois afirmaram que compraram a casa por R$ 500 mil. No entanto, o vendedor responsável pela negociação disse aos investigadores que o imóvel custou R$ 980 mil.
“A própria Receita Federal concluiu que não poderia, licitamente, haver divergência, e tão expressiva, de informações quanto ao valor da operação imobiliária”, afirmou o MPF na denúncia contra Edilaira Soares.
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