Após assumir a principal cadeira da Mesa Diretora pela primeira vez, Cunha rejeitou a possibilidade de se vingar da posição tomada pelo Palácio do Planalto contra sua candidatura. Ele reclamou dos ataques sofridos, mas disse que, agora, é pensar na frente. “Não aqui há da nossa parte nenhum julgo de retaliação ou qualquer coisa dessa natureza. Assistimos como assistimos uma tentativa de interferência do Poder Executivo dentro da eleição do Poder Legislativo, mas o Parlamento sabe reagir e reagiu no voto”, afirmou Cunha.
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Ele prometeu, “assim que possível”, colocar em votação o segundo turno da proposta de emenda à Constituição do orçamento impositivo, tema que o Planalto não quer ver promulgado. No seu discurso antes da votação, o peemedebista reclamou dos ataques sofridos nas últimas semanas. Reportagens da Folha de S. Paulo e do O Estado de S. Paulo colocam o deputado como um dos beneficiados pelo esquema de desvio de dinheiro da Petrobras. “Passada a disputa, esse é um episódio virado. Não temos que fazer disso nenhum tipo de batalha ou qualquer tipo de sequela. O que temos que fazer isso é começar a trabalhar”, disse.
O resultado era o esperado, mas o número ficou aquém do esperado. Nas estimativas mais conservadoras de peemedebistas, Cunha chegaria a 280 votos. Os mais otimistas projetavam até 320. No entanto, ele recebeu 267, apenas dez a mais para levar no primeiro turno. Todos os 513 deputados estavam presentes na sessão de hoje. O desempenho, por exemplo, foi menor do que o obtido por Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) há dois anos. Na época, o agora ex-deputado recebeu 271 votos de 499 possíveis.
Peemedebistas entendiam que a eleição de Cunha era mais simples do que a de Henrique Alves dois anos atrás. Em 2013, a disputa pela liderança do PMDB acabou dividindo a bancada do partido. Rose de Freitas (PMDB-ES) saiu como candidata avulsa. Porém, hoje a disputa era considerada mais equilibrada, já que Chinaglia tinha o apoio do governo e Delgado – que na eleição anterior teve 165 votos – o suporte da oposição.
Mesa Diretora
A vitória de Cunha ainda traz um efeito colateral para o PT. Como o partido negociou todos os espaços na Mesa Diretora para conseguir formar um bloco de apoio a Chinaglia, acabou deixando os outros cargos para partidos aliados. Nem uma das suplências de secretarias, que teve em Weliton Prado (PT-MG) como representante, acabou tendo sucesso. “Isso é uma deliberação nossa. Nós fizemos blocos e nós cumprimos o nosso compromisso”, afirmou o líder do PT, Vicentinho (SP). Por conta do acordo, a maior bancada da Casa, com 69 parlamentares, ficará sem representação.
Após a comemoração, Cunha anunciou o restante da Mesa Diretora. O único candidato avulso eleito foi Giacobo (PR-PR), que será o segundo vice-presidente da Casa. O primeiro vice é Waldir Maranhãi (PP-MA), Beto Mansur (PRB-SP) o primeiro secretário, Felipe Bornier (PSD-RJ) o segundo secretário, Mara Gabrilli (PSDB-SP) a terceira secretária e Alex Canziani (PTB-PR) o quarto. Como suplentes ficaram Mandetta (DEM-MS), Gilberto Nascimento (PSC-SP), Luiza Erundina (PSB-SP) e Ricardo Izar (PSD-SP).
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