As manifestações a favor e contra a prisão do ex-presidente Lula ficaram esvaziadas na tarde desta quinta-feira (22). Enquanto os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiam se negavam ou aceitavam o pedido para evitar a prisão do petista, poucos manifestantes se reuniam na frente do edifício-sede da suprema corte em Brasília. Apesar do barulho de ambos os lados, com palavras de ordem ressonando em caixas de som, o número de participantes, divididos entre verde e amarelo (a favor da prisão) e vermelho (contra a prisão), era reduzido.
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Lula foi condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) a 12 anos e 1 mês em regime fechado em janeiro deste ano, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex do Guarujá. Na próxima segunda-feira (26), o Tribunal julgará o último recurso do petista na segunda instância. Com o fim da tramitação, Lula poderá ter seu pedido de prisão imediata expedido nos próximos dias.
Com faixas e caixas de som, os manifestantes a favor da prisão de Lula levaram para a Praça dos Três Poderes fotos de todos os ministros do Supremo, montando uma espécie de “placar”, com a previsão de como cada um deles votaria (veja imagens abaixo).
Sob a faixa em que se lia “a favor do Brasil”, estavam as fotos de Cármen Lúcia, Luiz Fux, Edson Fachin e Roberto Barroso. Um manifestante vestido de Pixuleco – boneco que traz a caricatura de Lula vestido no que seria um uniforme de presidiário – deitava-se na frente dos cartazes. Na parte inferior da faixa “contra o Brasil” estavam as fotos de Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio Mello, Gilmar Mendes e Celso de Mello. As fotos de Rosa Weber e Alexandre de Moraes estavam no meio, em indefinição.
Do lado contra a prisão de Lula, o número de manifestantes era maior. Com cartazes que pediam “Lula livre” e clamavam a inocência do ex-presidente, os manifestantes também levaram uma versão ampliada da foto de Cármen Lúcia ao lado de Michel Temer (MDB), tirada quando a presidente do STF recebeu o emedebista em sua casa em um domingo, fora da agenda. A foto trazia a frase “com o Supremo, com tudo”, em referência ao áudio que acabou célebre durante as investigações da Lava Jato, em que o senador Romero Jucá (MDB-RR) sugere um “grande acordo nacional” para “delimitar” as investigações.
TRF-4 julga último recurso
Na segunda-feira (26), o TRF-4 julga o último recurso de Lula na segunda instância. O tribunal analisará o embargo de declaração apresentado pela defesa do ex-presidente contra sua condenação no caso do tríplex do Guarujá (SP).
Em tese, trata-se do último recurso disponível a Lula na segunda instância da Justiça Federal. Confirmada a condenação, o ex-presidente pode ter sua prisão determinada pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.
O embargo de declaração é um tipo de recurso que não tem previsão de modificar uma decisão, mas somente esclarecer obscuridades ou ambiguidades do texto do acórdão, que é a sentença proferida por um órgão colegiado, como é o caso do TRF4.
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